Todos os posts de Áℓiѕѕση Suriani

Sabe aquele cara que gostar de jogar um videogame, ler um livro, vez ou outra ver uma série, anime ou filme, escutar uma boa música, viajar e relaxar com o verde da natureza? Este sou eu. Viaje comigo neste mundo nerd!

Ven

Um quarto vazio, exceto por uma corda em forma de arco e um banquinho de madeira. É onde estou agora. As cortinas alvas transparentes balançadas pelo vento. Um dia ensolarado, folhas dançando lá fora, pássaros assoviando e um céu alaranjado com poucas nuvens. É um belo dia – lá fora.

Aqui dentro, um vazio – no quarto. Aqui dentro, um vazio – em mim. Conflitos e uma insegurança da própria natureza. Ódio, rancor, raiva, náusea. Tanto sentimento ruim dominando meu ser.

Antes, tentei esbravejar, bradar, mudar, mas quem deu ouvidos? Agora é um pouco tarde. Eu, simplesmente, desisti. De tudo. Tanta podridão que meu grito logo desaparece. Pra mim, já chega.

Já não me importa se o mundo é dividido em classes ou em orientações, em religiões ou partidos políticos. Já não me satisfazem os amigos que pensam em me tirar algum proveito e namoros que só desejam sugar meu dinheiro. Não sei mais fingir que está tudo bem.

Cada um olha apenas para si e não se importam mais em mudar. Ter defeitos passou a ser legal. “Eu sou assim e não tenho que mudar. Aceite-me como sou!”. Preocupam-se apenas com seus próprios ideais. “Ignore!”. Ignorar? Claro, vamos deixar tudo maravilhoso como sempre esteve.

Tenho meus problemas, mas ninguém de verdade se importou em ouvi-los. Não importam se algo me faz feliz ou triste. “Você tem que começar a…”, mas nunca me perguntam como realmente me sinto com tudo aquilo. Basta-lhes apenas ser útil em alguma coisa para eles, apenas ao seu bel-prazer.

Tenho nojo deste mundo. Tenho nojo de todos, tenho nojo de tudo, tenho nojo de mim mesmo. Estou tão infectado. Pareço-me tão sujo. Não sei mais quem sou. Aqui já me fizeram de posse e isso me horroriza, me martiriza: Pertencer-me ao mesmo lugar de meus pesadelos.

Ouço o som da harpa vindo de uma luz branca. Ela está me chamando. “Venha, segure minha mão e vamos partir, seu tempo se esgotou por aqui. Comigo, você voltará a sentir um ar de esperança.”

Agora querem me ajudar, mas é tarde. Não tente me segurar. Saia já de perto de mim, você mente! Sinto-me tão só, mesmo com tanta gente ao redor, tantos que jamais agregarão à minha vida.

Não há mais motivo para estar aqui. Nada mais me importa. E nem vá chorar por mim agora, pois já é tarde para isso. Seus conselhos já não me valem de nada. Basta de sofrimento.

Aproximo-me do banco, subo. Olho por um instante aquela corda, a visão turva e molhada. Sinto o líquido transparente e gelado descer por meu rosto, coração batendo acelerado e algo em volta do meu pescoço. Por apenas alguns instantes, o banco permanece de pé. Ouço a porta ranger ao abrir, o corpo de madeira daquele pequeno objeto bater no chão frio, o grito desesperado do meu silêncio e uma voz me chamando alto.

Através deste vidro

Há algum tempo que te observo através deste vidro. Parece uma eternidade teu sofrimento. Já se tem passado um bom tempo desde o início de tudo isso. 

Penso em te perguntar sobre teus pensamentos, mas as palavras não me saltam da boca, pois sabe que não existe uma resposta simples. Sentimento tão confuso, até mesmo para teu ser. 

A joia da confiança se quebrou e a esperança se esfumaçou. Olhos lacrimejando por um mundo que não existe, outro que não é teu. “O que faço por aqui?” 

Mundo vazio ao qual não pertences. Com todos aqueles manequins e aquele dinheiro que nunca terás. Busca compreender porque o mal prevalece por tantas coisas que jamais levaremos. Se aqui está, daqui não sairá. 

Tudo tão certo para eles. Crenças como alicerces, um álibi para julgar um irmão. Pensamento que se molda de tantas formas para destruir o que outro irmão também construiu. Um carro na mão, um pouco de álcool no sangue e sou capaz de matar mais um irmão. 

E eu tenho te observado por este vidro há algum tempo. Se todos são assim, por que te sentes tão deslocado? Um vínculo a este mundo te faz igual a todos estes. 

Teus olhos, frente a uma bela paisagem, apenas observam o que está dentro de si, contradizente. Por mais que você diga não, se sentirás culpado. Os dedos te apontam todo o tempo, “seu fraco”. O mundo todo está contaminado e não haverá vacinas “nem para ti. Não insista.” 

“Eu te protejo de tudo. Aqui não é tão ruim, portanto não te mantenhas em defensiva. Abre mão de teus princípios para poder viver bem. Não transformes em rocha teu pensamento tão hostil. Somos bons, permite-nos uma só chance.” – e à insistência disfarçada de doces canções, acompanha-se o punhal. 

E daí se faz o conflito interno. Abrir mão de quem somos, usando máscaras e vivendo uma felicidade que apenas nos cobre impenetravelmente ou amargarmos num interior abraçados pela solidão incompreensível? Eu não saberia descrever esse sentimento distinto à realidade frente a meus olhos marejados e incuráveis pelo tempo. 

E tu apenas te sentas de costas para essa parede de vidro, esperando teu corpo parar de sangrar. Quanto tempo ainda há se de aguentar? Parece uma eternidade, mas há algum tempo que tenho me observado através deste vidro.

Foto de Download a pic Donate a buck! ^ no Pexels

Mulher, nosso encanto

Mãe, tia, avó, neta, filha, sogra, prima, esposa ou cunhada.
Engenheira, médica, advogada, arquiteta, professora, costureira, faxineira, contadora, gerente, lutadora, psicóloga, cantora, programadora ou dona de casa.
Arqueira, feiticeira, princesa, bruxa, leoa, vilã, inventora, treinadora, dominadora ou rainha de contos de fadas.

Como viver sem esse belo ser, delicada como uma pluma, perfumada como as rosas, alegres e cheias de vida?
Que, com paciência, tanto nos ensinou: a amar e acreditar, a sonhar, a sermos felizes com pequenas coisas, a chorar de saudade e a nos emocionar?

Quem sempre nos curou com amor, quando gritávamos de dor, ainda crianças e quem nos deu seu coração, quando o nosso já estava partido?

Mulher, obrigado a vocês que sempre estão ao nosso lado, nos cuidando e nos aconselhando. Vocês são luz em nosso caminho.

Parabéns a vocês por este dia, que comemora e homenageia a luta de vocês.

Unstoppable

Talvez força não seja qualidade predominante de alguém “forte”.

Em todo canto, pessoas cercando a cada movimento, no ensejo de obter aquele ar de segurança tão invejado.

Forte por fora, amedronto por minha figura sólida de postura rígida. Pedido transformado em ordem ao decréscimo de um semitom, uma leve pausa e um olhar de desprezo.

A obra se faz de um conjunto: o vestido longo, os incríveis 1,90. Pintura de mulher fatal desfilando sobre 15 centímetros de salto.

A pergunta se repete: “Como pode ser tão perfeito?”. Provoco. Admiração que faz tão bem. De admirados para meros lacaios. O bico fino pisa e esmaga até que a mão ceda o desejado. Poder, o maldito permitindo ter o que quero, quem quero e quando quero. Não há o que se negociar.

Asas negras de um demônio vistas apenas como as brancas de um anjo. O defeito que todos desejam ter. O espírito sanguinário que você já pensou em ter. A vilã aclamada e incontrolável.

O que ninguém sabe, guardo no mais profundo íntimo. O pior defeito, mas a melhor qualidade. Você vê meus óculos escuros, mas não a lágrima caindo ali dentro. Consciência de tudo estar errado. Culpa. Não, você não precisa vê-la escorrendo.

Aquela mulher fria carrega em si a menina solitária que você não conhece e nunca o fará. A menina que pede socorro com gritos muito bem abafados. A mesma menina, que nas noites mais frias e sombrias, chora para seu travesseiro. Corroída pelo Mal que não pode ser derrotado e que vem tomando conta de cada pedaço bom que ainda lhe resta.

E é esse mal que te inspira a sê-lo (e aos poucos toma conta de seu ser…).

Um Gesto Qualquer

Contrário ao velho ditado “Antes só que mal acompanhado”, ouço de minha prima que “a gente se acostuma a viver com a pessoa que está”.

Relacionamentos vazios, implantando a rotina, tornam-se normais. O que importa de verdade?

Conto-lhes o que a esta disse certa vez que, frustrada em meu ombro direito, pôs-se a reclamar por estar com alguém que pouco lhe despendia atenção.

Reflita comigo: Estou em um relacionamento agradável?

Olhe seu parceiro neste instante. Qual seu papel? Qual sua prioridade? Futebol, sexo e filmes de ação são as únicas coisas que lhe importam?

Solidão te impõe medo? Essa relação deveria te assustar mais. Quantas noites mais você pretende aguentar?

Você se queixa e sempre das mesmas coisas, todos os dias. Ele apenas “dá de ombros”. “Calma” e tudo volta ao normal. E assim, segue…

Você não o ama de verdade, você apenas se submete às suas vontades. Ele te dá carinho e o amor para conseguir o que quer. Quando não importa mais, você lhe abre um sorriso e lhe pede que estenda uma mão. Mendiga um gesto qualquer que ele ignora. Nada lhe importa mais. Talvez te procure amanhã para mais do mesmo.

Entenda sua situação e não se humilhe. O papel de um não pode ser apenas provisão. Respeito, cumplicidade, companheirismo. Ei, você sabe o significado dessas palavras?

Agora, me responda: É isso mesmo o que você quer para toda uma vida?

Questionário adolescente

Sempre tem um pra enviar correntes/orações/perguntas idiotas em grupo. Hoje recebi esta. Por isso, resolvi compartilhar com minhas belíssimas respostas.
Cuidado! O post a seguir tem traços de revolta:

1 – Amor ou Sexo?
R = Coxinha. Aquela que você ama e que jamais vai se importar se você começar a comer por cima ou por baixo.

2 – Cinema ou balada?
R = Netflix, com altas doses de série, por favor. Ou a dobradinha cama+livros.

3 – Álcool ou água?
R = Não, Naldo, ninguém aqui quer tomar vodka ou água de coco.

4 – Filme em casa ou no cinema?
R = Em qualquer lugar, desde que seja longe de você!

5 – Namoro ou amizade?
R = Definitivamente, hoje não, Faro.

6 – Halls ou Trident?
R = Mentos. Com coca. Enfiado no seu…

7 – Beleza ou conteúdo?
R = Você já viu como uma batata ruffles é bela, mas não tem conteúdo? Pois, então. Esse é você.

8 – Ficar ou namorar?
R = Ficar, bem longe de você.

9 – Namoraria comigo?
R = Claro! Ainda não viu o tanto que estou te dando mole?

10 – Coca ou fanta?
R = Pode ser Pepsi. Dolly pra você. Ou cotuba, porque você merece!

11 – Me beijaria no rosto ou na boca?
R = Quem te iludiu dizendo que te beijaria?

12 – Abraço ou aperto de mão?
R = Aceno de longe. E se achar ruim, viro o rosto.

13 – Se eu te mandar uma foto, quer como?
R = Sabe aquelas fotos que vêm com tarja? Pois é! Quero uma que cubra todo o seu rosto. E o resto.

14 – Cor da calsinha ou cueca?
R = CalSinha? Com S? Sério?

15 – O que você faria comigo?
R = Te jogaria do décimo primeiro andar.

16 – Pensando em quê?
R = Em porque estou fazendo este teste idiota. Eu devo ser mais ainda…

17 – Se fosse na sua casa, durmiria na onde?
R = Mais uma com o português atacado, mas vamos lá: Na casinha do cachorro. Eu não tenho um, mas compraria só por você.

18 – Na sua cama tem espaço pra mim?
R = Claro que tem, mas somos como matéria: nossos corpos jamais ocuparão o mesmo lugar (e nem qualquer distância abaixo de 100km).

Falta de paciência com a galera de hoje, viu…

Sarah Smiles

Um pequeno cigarro de palha em minha boca, quase a seu destino. Ela em seu cavalo a trotar (imagine uma tão bela mulher em seu vestido provocante). Eu, bota, calça, uma fivela e meu chapéu de cowboy. Puxo meu cavalo e vou.

Essa é Sarah. Ela me notou, deu um sorriso, mas insistia em seu trote. Por onde ela ia, eu seguia com minha montaria.

Com seu olhar, me provoca. Uma corrida a galope é tudo que ela me pede em seu sorriso. Retribuo com o meu. Seu quadrúpede aumenta a velocidade e me faz ter a mesma reação. “Oah! Pangaré, que essa donzela vai ser minha”.

Sarah é o tipo de mulher que quer os homens a seus pés. Todos a seus pés e ela aos de ninguém. Dona do própria destino e detentora do mais belo e provocante sorriso. Essa é Sarah, tão frágil quanto um coice de mula.

Eu, que me importava com minha própria vida, sentado na varanda de casa, esperando o céu cair, mudei o rumo da própria prosa, quando subitamente, apareceu. Meu destino está com ela, mesmo que ela ainda não saiba.

Sarah me desafia com o rastro de poeira e adentra num daqueles Saloons de faroeste. Todos sabem que ela gosta de dançar e beber mais que qualquer xerife destas terras sem lei.

Ela e suas amigas estão agora no balcão, dançando sem pudor. Amarrei meu velho amigo ao lado do dela e não pude deixar de notar todos aqueles pistoleiros hipnotizados por sua estonteante beleza. Todas eram maravilhosas, mas o sorriso de Sarah tinha um “Q” especial.

Sarah sabe provocar. Dá-nos uma piscadela, salta do balcão e me puxa para um beijo. Tudo tão rápido que só me dou conta quando, em meio a palhas, sou rodeado com tantos olhos masculinos de inveja. Ela já não está mais naquela taverna. E, obrigado a correr, para não ouvir o grito daquelas pistolas farejadoras de sangue.

Ah, Sarah! Continue a me provocar. Meu destino está com você. Algum dia seu sorriso estará preso a meu laço e estaremos de volta para casa no galope de um mesmo cavalo.

Miss you love

Poltrona M-17. Centro. Muitos à frente, tantos atrás. Poltrona solitária em uma fila dominada por jovens. A sala aqui fora, cheia. A sala aqui dentro, vazia. Uma gota na calça.

Na tela, um casal apaixonado, mas eu só vejo um cara no chão, chorando. Esse sou eu, aos pés de tantos apaixonados aqui. Eu deveria estar como eles, no entanto, brigo com a própria dor.

Um milionário me disse uma vez que é preciso saber ganhar o que se almeja ter. Não basta tê-lo. Ele me disse que perdeu toda a sua riqueza, pois não sabia como administrá-la. Era milionário pois tinha tanto dinheiro, mas nunca foi um de verdade, pois não soube mantê-lo por tanto tempo.

E assim fui eu, quando conquistei seu amor. Por um instante, por um sorriso tão maravilhoso e um coração tão bondoso, senti-me milionário. Mas nunca fui. Riqueza essa que jamais fora de posse minha.

Por um instante, mantive em mim o que nunca foi me pertenceu. Por algum tempo, você tentou ficar e me fazer entender que seu sentimento era puro e verdadeiro. O entendimento nunca me veio. Estar ao meu lado era o único motivo que acreditava bastar para havermos o “nós”. O “nós”  que nunca existiu.

Você me amava. Eu não te respeitava. Quem aguenta viver assim? Com certeza, você não! Tão singela partiu e me deixou. A princípio, pensei que fosse qualquer drama seu, mas você nunca mais voltou.

Em algum momento, sei que te fiz chorar. Agora choro, choro pois eu mesmo me fiz chorar. Sinto sua falta. Falta de ser aquele milionário, detentor da riqueza de seu amor.

Agora estou só, sentando nesta poltrona solitária, assistindo a um filme de amor, com um final feliz. Um que eu não tive e nem serei capaz de ter. Sou só eu e a dor. E uma gota tímida em minha calça jeans.

Alive Again

Um sapato no degrau, outro em terra firme. Um novo show a começar. Minhas pernas tremem. Meu estômago luta contra suas borboletas. A plateia em silêncio. É minha hora.

A última vez que estive aqui, tropecei e caí. Machucado por um forte tombo. Alguns preocupados, outros em meio a lágrimas – de risos. Não avistei mais nada, a não ser minhas mãos tapando meu rosto vermelho.

Foi um trauma. Com um pouco de medo, não quis regressar. Quase desisti. Em meio a prantos, pensei em partir. Seguir outros rumos. Abandonar quem eu era.

E então, uma luz brilhou em meu ser, pedindo-me uma nova chance. Aqueles olhos negros acompanhados de um sorriso, suplicando, com delicadeza, aquele meu velho ser. Suspirei e sorri. Indaguei: “quem sabe, desta vez?”

Chega a ser engraçado quando tentamos novamente, não é mesmo? Por sua causa, que me estendeu as mãos e me prometeu que tudo ficaria bem, resolvi reabrir meu coração. Agora escuto seu sussurro de que “tudo ficará bem”, pois ganhei sua companhia.

Seguro firme sua mão esquerda pertencente ao mesmo lado de nossos corações. Sinto a batida quando a toco. Sim, posso sentir novamente que estou vivo.

Uma dádiva sentir-me vivo novamente, por sua causa. Sinto a chama renascer em mim. Sei que tudo vai estar bem, que agora estarei bem e tudo ficará bem, pois você me faz sentir bem.

E isso é o que importa agora.

Up & Up

Dirigindo há algumas horas por esta estrada quente, onde o sol cobre nossas cabeças de forma tão escaldante, procurando pela água que nosso corpo exige e transpirando de tal forma que nossos rostos chegam a chover suor, dois corações partidos seguem viagem em busca de chuva.

O corpo já não aguenta toda essa pressão que o calor provoca. Estamos sendo guiados pelo carro, mas nem sabemos para onde esta estrada vai nos levar. Pode ser que o motor não aguente, pois o calor ataca sem piedade. Não há sinal de chuva, não há sinal de água. Não há um mapa ou guia. Somente dois amigos sem direção e um carro desgastado pelo tempo.

Por que machuca tanto? Por que esse sol tão forte? Será que não podemos ter um dia maravilhoso de chuva para despertar nossos ânimos? O corpo precisa de um tempo para se cicatrizar. Estar pronto para uma nova onda de mormaço. Só precisamos de um pouco de chuva.

Nem mesmo o canto dos pássaros se ouve mais. Talvez eles tenham se cansado de tentar. Perceberam que sua cantoria havia sido em vão. Não há mais motivos para a alegria. Dói. Dói. Preciso de chuva. Preciso de um pouco de água. Chego a me deitar sobre minhas pernas por desespero.

E quando essa dádiva inunda nosso locomotor, saímos um pouco para refrescar e costurar um pouco das feridas. A chuva é necessária, mas cruel, pois nos alimenta, nos sacia e se vai de repente. Quem não está acostumado sofre, pois tão pronto volta o sol e se adentra em nossas cicatrizes. Machuca. Somente quem já se expôs a ele entende minha dor.

Entenda que não é fácil, mas estamos juntos. Conseguiremos. Um pouco saciados e já podemos continuar. A trilha é longa, durará mais alguns anos e não dá pra desistir. Encarando nosso destino, o horizonte não se encontra perto, mas é nosso objetivo maior.

Se encontrar alguém pelo caminho, não feche sua mente. Use seu poder para que entenda, a quem quer que seja, que o sol pode ser nosso amigo e parar de nos queimar. Se refletirmos por uma fração de segundo, ele e a chuva podem se fazer em harmonia e nos dar um belo arco-íris. Nem só de vitórias que se vive. Cada aprendizado, uma nova conquista.

Pra cima é quem iremos mirar. Nosso “amigo” vermelho e laranja não poderá mais nos tocar. Os pássaros continuarão a cantar e as flores se desabrocharão. Para mim, para você, para todos nós. Não há motivos para sofrer. Não mais!

Dirigindo sob o sol escaldante, a procura de chuva para banharmos nossos corpos tão cicatrizados, pensamos em como nossos corações algum dia pode dar outra chance para o amor. A dor te faz querer dar um basta. Não pra mim. Não devemos desistir tão fácil dele. Acredite nele. Acredite no amor.

Por favor, nunca desista!

O fim do 25º ciclo

Lá vou eu, com mais alguns tropeços da vida.

Acabou. Já avisto a margem da minha próxima etapa. Uma missão que durará mais 366 dias. Hora de por em prática todos os aprendizados, não é mesmo?

Eu diria que esse foi um ano onde me mostrei escritor. Claro, não aqueles escritores profissionais, mas um que, timidamente, pude expor. Com pequenos contos e algumas poesias, fiz aquilo que sempre quis: externar meus sentimentos através das letras.

Descobri o poder na música: aquelas que me ajudaram a erguer a cabeça por todas os pontos negativos da minha vida: perdas ali, um pouquinho de depressão e a ansiedade que atacou meu coração. Vencidas? Talvez! Mas que não me incomodam tanto quanto antes. Chego a arriscar dizer que adormecem e assim ficarão.

Sei que de alguma forma pude ajudar alguns. Sei que também pude me ajudar. Viver não é fácil, todos sabem, mas lutar é essencial. É mérito desistir? E essa dor que às vezes nos preenchem? Talvez quando ajudamos a outrem, tornamo-nos pessoas melhores e nos ajudamos.

Ok, deixe-me contar um pouco desses meus dias. Surdos e sua banda. Herança de 2014, quando aprendi libras. Uma apresentação encantadora interpretada em libras, com instrumentos. Sim, uma banda de surdos que pude conhecer.

Infelizmente não participei de grandes eventos, mas pude conhecer o show de uma grande banda mineira: Jota Quest. Show esse que encerra meu ciclo.

Também vieram as coisas ruins: Perdi amigos, perdi família. Aqueles que jamais achei que fosse perder. Uma doença, uma lágrima. Dor no coração. A superação foi difícil.

Mas, do mesmo jeito que alguns se vão fácil, outros vêm fácil. Alguns amigos que entraram em minha vida para somar, para me ajudar, auxiliar. Agradeço. Deus sabe bem quem colocar em nossas vidas. É preciso perder alguns para perder outros, certo?

Surpreendi-me. Comecei a ler histórias que jamais imaginei ler algum dia (50 tons de cinza) e me apaixonei por outras (Jogos Vorazes). Virei tributo. Virei Nerdfighter.

E, por fim, dizer que mudei duas letras no meu currículo: o cara do TI virou o cara do RH. O cara, antes tímido, agora participa de eventos. Novos ventos, novos aprendizados.

É claro que houve tantas outras coisas, mas por enquanto me atenho a esse texto. O que aprendi, guardo no coração. O que vem depois é imaginação.

Agora lá vou eu, aprender mais neste próximo ciclo que chega. Tá na hora de agarrar as próximas oportunidades, não é?

Vamos em frente. E que a sorte esteja sempre ao nosso lado…

Cadê o din din?

Mas cadê o din din?
Não tá nos bolsos…

nem na carteira
nem na bolsa
nem na C/C
nem na C/P
nem na LCA
nem no RDC
nem em lugar nenhum do mundo!

nem debaixo do colchão
nem plantado no jardim
nem enterrado no quintal
nem na cueca daquela turminha
nem naquele famoso lava-jato.

nem nos distritos
nem nas facções
nem no banco gringotes
nem nas estrelas
nem no quarto de jogos do Grey
nem na vida, no universo e tudo mais

nem nas Galáxias
nem na terra dos Hobbits
nem na Estrada da Noite
nem nos teoremas por aí
nem nas cidades de papel
nem no Alasca
nem em Forks
nem na arena dos Jogos Vorazes

Cadê o dindin?
Não está em lugar algum.

Loucura escrita com Bianca, entre uma vitrine e outra.

See you again

Caramba! Quanto tempo já se passou, não é mesmo? Parece que meus dias têm se tornado mais longos ao decorrer do ano. É estranho voltar a essa vida, agora tão sem graça sem sua companhia.

Ainda me lembro de como nos conhecemos. Numa pequena loja, onde curtia um som, você surgiu com sua educação inconfundível. Também queria saber o que eu escutava e pediu algumas dicas. E aí, começamos a conversar e descobrimos tantos gostos em comum.

O tempo foi passando e nossa amizade crescendo. Nossas caminhadas, nossas viagens, os passeios noturnos pela cidade, até as jogatinas viradas pelas madrugadas. Recordações que sempre vou guardar com tanto carinho.

Tivemos tão grande amizade que adotei sua família como minha e você, a minha como sua. Irmãos, como nos considerávamos. Era mais que impossível não estarmos juntos, era inadmissível. Aprendemos com nossas fraquezas, nossos gostos, nossa imaturidade.

E o quanto aprendi? Você sempre pareceu alguém que decidiu cuidar tanto de mim, como um irmão mais velho. Parecia que eu era sempre aquele descuidado que não me importava com nada e você brigava comigo por isso.

“É isso o que você quer por toda a sua vida? Você precisa crescer, amadurecer, enfrentar o mundo. Desperte, levante e caminhe! Você tem uma viagem inteira para enfrentar” – Eis suas palavras, que tanto me intimidavam, mas me faziam perceber o quanto isso era importante para mim.

E agora, o que me restam são suas palavras e a doce saudade. Tempos que não voltam, eu sei. Não preciso que ninguém me diga. Ainda tive um momento de esperança, mas por que deveria? Demorou um tempo para acreditar que você havia ido embora para sempre. Olho nossas fotos e choro. É assim que o destino decidiu e assim foi feito. Não há como fugir.

Só uma coisa: Espero que, onde quer que esteja, jamais se esqueça de mim. Um dia nos encontraremos para contarmos um ao outro todas as aventuras que não tivemos juntos. Estaremos num lugar melhor sorrindo por estarmos juntos novamente e chorando por termos tanto a nos recordar. Demorará tanto, que serei incapaz de contar e conter minha ansiedade, mas algum dia, algum dia, que ainda nos resta esperança, estaremos juntos. Juntos novamente.

Até lá, deixo meu muito obrigado. Obrigado, meu irmão, por ter ficado comigo por todo esse tempo. Espero que esteja bem.

Tudo Outra Vez

Queria eu ter tido só mais uma chance pra te dizer:

Eu errei, eu sei. É difícil assumir uma culpa tão forte como essa, mas não me leve a mal: eu faria tudo outra vez.

Foi errado o que fizemos, mas era algo que nós dois queríamos. E agora, o que parece é que a culpa cabe apenas à minha pessoa.

Mas eu ainda tenho minha consciência. Vi como tal atitude imatura foi prejudicial a você.

E essa ciência causou conflito em meu corpo e em meu coração. Eu chorei. Chorei, pois, enfim, fiz algo que, alguma vez, já me machucara. Como consequência, quase vi seu casamento de anos se desmanchar.

Era o que nós queríamos, não era? Estava lá, em alguma parte de nossas mentes…

Por um momento, cheguei a pensar que você repensaria sobre sua escolha. E eu esperei, na porta de sua casa até o amanhecer. Você não apareceu.

Era eu ou era ele, lembra? E você fez sua escolha. Escolha essa que me fizera partir. E eu saí de cena. Era o fim de nosso ato. Fui embora, mesmo que machucasse ainda mais nossos corações, mesmo que o meu gritasse: “Vê se volta pra casa, eu quero te ver”.

Eu preferi ir embora de sua vida, pois era meu dever cuidar de você. Eu iria te proteger à minha maneira, como um dia eu havia prometido, lembra? Eu preferi sua felicidade, mesmo que isso custasse a minha.

Sem rumo, sem direção, procurei refazer minha vida. Tá meio difícil de voltar, ainda mais sem você por aqui, mas eu preciso seguir em frente como você fez, não é mesmo?

Sim, eu faria tudo outra vez. Eu lutei por algo que acreditei que algum dia seria meu. Apostei alto e errei. Perdi o que mais temia. Perdi você. Completamente. Profundamente. Eternamente.

Queria eu ter tido só mais uma chance pra te dizer.

I Wanna Be

Matéria duvidosa. Estampados em uma boa capa, uma carcaça tão bem trabalhada e um sorriso tão branco de invejar qualquer fantasma. O que parecia ser algo tão banal, uma tragédia viral.

Deu-se início por um pensamento. Uma opinião. Ora! Não somos livres para pensar? Será que fui interpretado de forma tão ruim? Sim, fui. Ativei a arapuca para meu próprio pássaro, antes tão sonoro.

Mas eu sou alguém. Reles palavras, sempre ignoradas. Ao meu lado uma legião, meu escudo. Atirem em mim, mas os atingirão primeiro.

Atitudes e pensamentos tão raivosos, sumarizou-se uma palavra. Soou-me tão banal que nem remorso presente esteve. Amenizo esse cheiro com meu lamento. “Não passa de uma brincadeira”. Não se ofenda, não é pessoal. Não quero que seja, não precisa ser. São todos iguais. De verdade.

Por fim, faço papel de bom homem. Contradição é a solução. Provo em arte que estão errados. É inveja, de quem não me quer bem. É inveja, de quem não é ninguém.

Sigo tranquilo. É apenas balbúrdia. Se hoje é apenas explosão, amanhã resta apenas o esquecimento, pois eu sou alguém e o alguém sempre tem alguém que não o deixa virar ninguém.

Meu Passado Grita

De tempos em tempos
Meu passado grita
Implora por volta
E à noite incomoda.

Será que, assim,
Diante de novos olhos
Que um novo um mundo enxergam agora
Devo eu pisar nesse novo solo
De forma tão firme
Fechando malditas portas
Que deixei abertas
Na esperança de tudo voltar a ser como antes
Mas ao fim de tudo
Abriram mais um corte em minha alma?

Não seria melhor
Abandonar tudo que ficou pra trás
E esquecer o que,
algum dia,
deixou cicatriz?

Longe de mim, encontrei o amor – Part III

            A natureza escutava umas palavras feias. O jovem rapaz se esbraveja ao gritar um palavrão numa estrada inóspita, num calor de 42º C. O motor do carro havia parado.            A cena que vemos é a de um homem nervoso saindo do carro, pisando fundo por aquela estrada de terra, enquanto sujava seu tênis branco, após bater furiosamente a porta do seu velho automóvel.

            − Essa lata velha tinha que me deixar na mão justo hoje? – Ele gritava enquanto abria o capô do carro, deixando uma fumaça preta se exalar do motor.

            De longe, notava-se a raiva de um homem se espalhar pelo nada. Nada. Absolutamente nada era o que tinha naquela estrada. Não havia um borracheiro, um posto de gasolina, um mecânico ou mesmo uma mercearia. Apenas nada. Um homem, sua raiva, seu carro parado e mais nada.

            − Você tinha que me deixar na mão justo hoje? Depois de viajar por tantos quilômetros nessa estrada esburacada, vendo tantos acidentes e torcendo pra não ser mais um deles, enfrentar toda uma família para, nos fim das contas, acabar só numa estrada como essa? – Ele bateu o capô ferozmente. Era notável que ele não falava do carro.

            E ele soltou um longo suspiro, enquanto passava suas mãos pelos cabelos tentando se acalmar. Chutou um pouco de terra. A poeira subiu até seus olhos e sua boca, o que o levou a uma incomodante tosse e a uma ardente coceira nos olhos.

            E ele tossia. E quanto mais tossia, mais palavrões se ouvia.

            Com a vista prejudicada pela terra, o rapaz virou de forma a chocar sua canela contra o parachoque.

            − O que mais falta agora? – gritou ele.

            De repente, um barulho ao longe. Parecia o motor de um carro. Ele tentava avistar o que vinha, mas sua visão ainda estava prejudicada. Aos poucos, percebia-se que não era um carro, mas vários deles. Sirenes também poderiam ser escutadas ao longe. Policiais se aproximavam.

            − Talvez eles me ajudem – pensou.

            Eles pararam suas viaturas próximas ao carro parado e saíram com suas armas nas mãos.

            − Parado! Mãos pra cima!

            Não era mesmo o seu dia. Nada havia dado certo e agora estava indo preso por um motivo que ele nem mesmo sabia. Se ao menos não tivesse saído da cama naquele dia de sua viagem, estaria muito melhor agora.

            O rapaz tentava pedir explicações, mas só ouvia um “calado” e um “você está errado, cara”. Para piorar, um dos policiais colocou uma venda em seus olhos enquanto outro segurava seus braços.

            − Fica quietinho que vai ser melhor pra você, rapaz!

            E durante meia hora, aquele tormento o dominou. Parecia uma estrada sem fim, onde só se escutava o barulho do motor, enquanto ele não podia fazer nada.

            Mas chegaram, finalmente. Um dos policiais o tirou a força da viatura e o fez caminhar, enquanto ele permanecia de olhos fechados. Seu corpo tremia, enquanto se imaginava vítima de tantas torturas. Poderia ser seu fim.

            Então, ele foi forçado a parar. Tiraram-no a venda e o soltaram. Aos poucos, sua vista foi entendendo a realidade. De princípio, não fugiu, precisava entender a situação em que se encontrava. Um salão, muitas pessoas, grandes corações vermelhos representados por balões e uma linda moça de cabelos encaracolados e olhos claros a lhe esperar. Uma faixa grande escrita SIM de vermelho. Era a mesma moça que lhe fizera perder horas de viagem.

            E, pela primeira vez naquele dia, ele não quis soltar nenhum palavrão. Apenas sorriu, enquanto seus olhos derramavam algumas lágrimas. Todos ao seu redor assobiavam, aplaudiam e gritavam por seu nome. Eles apenas pararam de fazer tanto barulho quando um rapaz cabeludo de terno e gravata se posicionou ao lado da jovem e, com seu violino, se pôs a tocar, enquanto ela pode declamar:

“Meu pequeno coração, de olhos tão belos.
De forma tão confusa, me desesperei,
Sem reação fiquei.
Deixando-te abalado,
Triste e tão solitário
Era meu pecado, deixá-lo naquele estado.

Mas pena minha essa não seria
Arrependida, uma atitude eu tomaria
E uma coragem de dentro sei que buscaria
Não quero te perder. Não poderia.

Apaixonar-me por ti foi inevitável
Agora, aos seus olhos, eu posso dizer
É certeza que ao seu lado desejarei sempre viver
‘Sim’, é o que eu deveria, desde o início, te responder”.

E ela pouco se importou com o estado sujo do rapaz. Num breve instante, já estava em seus braços, tocando-lhe os lábios, sentindo o doce sabor do seu beijo. E desde aquele dia, sob os gritos, aplausos e assovios de toda a plateia, o jovem casal tornou-se um só.

Primeira parte

Segunda parte

Foto de MART PRODUCTION no Pexels

Party In The U.S.A.

Depois de algumas horas de voo, em meu jato particular, eis que finalmente aterrisso com minhas melhores amigas e com meus melhores amigos. Estamos em Los Angeles.

Aqui parece tudo tão estranho, louco e todos se parecem com algum famoso. Será que consigo me encaixar num lugar como esse?

Mas aí me lembro o porquê de estar aqui: Vim encontrar um grande amigo que comemora mais um ano de vida. Esse amigo tão especial que conheci em umas dessas viagens por esse grande país norte-americano. Um amigo que, aos poucos foi me cativando e ganhando meu coração. E hoje vim aqui especialmente por ele: para lhe dar os parabéns.

É, e a surpresa nem para por aqui. Vamos dar uma volta por essa cidade maravilhosa e parar num dos bairros mais famosos do mundo: uma tal de Hollywood. Ah, é agora que nossa fantasia começa: Deixamos de lado toda essa vida que temos para sermos astros tão bem aclamados pelo público.

Ali, vamos gravar algumas cenas para o cinema e, quando tudo estiver pronto, compomos nossa música para que faça sucesso por esse planeta azul. As cenas do clipe foram todas gravadas e ficaram ótimas. Deu até um frio na barriga, mas valeu a pena, quando vi esse brilho no seu olhar, que combinou muito bem com esse seu sorriso.

E é isso, meu amigo. Vamos levantar as mãos para o ar e gritar pra todo mundo ouvir: Hoje é dia de festa, hoje é o dia da sua festa. Vamos aproveitar esse dia maravilhoso que eu sei que você não quer que acabe nunca. O dia é seu, então faça dele o que você desejar. Vamos comemorar.

Bem, esse é meu presente para você e espero que goste, meu amigo. Felicidades e sucesso sempre. Quem sabe um dia não possamos repetir tudo isso que vivemos hoje?

Raridade

Raridade

 

Talvez você ainda não tenha entendido, mas existe uma pedra preciosa aí dentro de você que não foi lapidada, esperando apenas pelo seu toque.

Eu sei que existe uma força que pode levar você a lugares inexplorados, mas você não se permite enxergá-la. Você não acredita que é capaz de lutar e lograr seus êxitos.

Vou lhe contar um segredo: Há grandes vitórias que você conquistará. Apenas se lembre de que para chegar ao topo de uma escada tão grande, é preciso dar o primeiro passo, mas você tem hesitado muito.

Você não estaria aqui se não tivesse sua raridade. Deus te pôs aqui para um propósito, pois Ele reconhece seu valor. Você não deveria fazer o mesmo?

Então, pare de chorar por esse mundo que não o reconhece como deveria, pare de pensar em desistir sempre que algo der errado. Se Ele sabe do seu potencial, não é você quem vai se fazer cair, certo?

Não espere, levante-se! Venha! Está pronto? Espero que sim.

Longe de Mim, Encontrei o Amor – Part II

Leia a primeira parte do conto clicando aqui

Talvez, você não saiba, talvez não tenha decifrado em meus olhos, talvez você não tenha certeza do que estou sentido, mas sei bem o que você deve estar pensando: “Por que ela fugiu dos meus braços naquela noite?” Agora estou aqui, em meu quarto, triste por uma atitude tão tola.

Fiquei nervosa, eu sei. Todos aqueles flashes e olhares para a minha pessoa. Ah, como eu fiquei tímida, como fiquei nervosa. Meu pensamento quis dizer “sim”, meu coração quis dizer “sim”, minha boca estava quase dizendo “sim”, mas meus pés foram mais rápidos e me fizeram fugir dali.

Devo ter partido seu coração. Não me leve a mal. Quando vejo seu rostinho tão fofo, sorrindo pra mim com o olhar mais inocente do mundo, percebo o quanto ganhei na minha vida.

Já procurei tanto, mas quando estava quase desistindo de lutar, veio meu cúpido e me flechou de tal forma que não pude controlar.

Estou pronta para entregar meu coração a você, pois sei que é digno de cuidar bem dele como cuida tão bem do seu e sei como está disposto a enfrentar tantas barreiras que te aflige para lutar pelo nosso amor. E você não lutará só, pois lutarei sempre ao seu lado.

E era exatamente assim que eu escreveria nossa história. Parece ser tão simples quando rascunhamos lindos desenhos deste maravilhoso conto, apenas desenhando nós dois sentados à beira do mar, vendo o sol se pôr, de mãos dadas, com tantos corações voando, enquanto tocamos os lábios do outro.

Mas eu falhei. E com apenas um tropeçar, deixei que essa folha caísse no mar e se molhasse e ao tentar pegá-la, ela se rasgou, deixando-nos uma lágrima.

Desculpe-me por ter fugido. Agora estou aqui no quarto, desejando que você me dê uma nova chance para que eu possa ver você novamente, com esse seu olhar puro e encantador que me faz apaixonar. Sinto tanto sua falta. Será que não há um meio fácil de dizer tudo isso? Eu me sinto tão mal de estar aqui sozinha, esperando por você…

Quando estava prestes a perder minhas esperanças, eis que uma luz surge e penetra em meu ser.

*

  • Ei, psiu, gatinha…

Escuto alguém me chamar. Olho pela janela e vejo aquele velho amigo seu.

  • Acho melhor você vir aqui agora. Seu namorado está partindo, não podemos perder tempo!

Sem ao menos ter tido tempo de pensar, troco de roupa e corro para seu carro. Ele me explica tudo pelo caminho:

  • Você deu mancada, o rapaz está pensando que você não o quer.
  • Eu não tive culpa, fiquei muito nervosa! Se ao menos pudesse voltar no tempo.
  • Não há com o que se lamentar. Ele ficou muito mal e pegou o carro com a intenção de voltar para sua terra. Pedi que fosse te ver antes para ouvir uma explicação sua, mas ele disse que não acreditava mais no amor.
  • Preciso reconquistá-lo, mas como? Ele deve estar longe agora!
  • Se eu perguntasse a alguns dos meus amigos policiais, talvez saberíamos por onde ele já tenha passado.
  • Você tem amigos policias?
  • Sim, tenho alguns!
  • Tive uma ideia! Por favor, deixe-me no hotel que ele se hospedou. Eu explico tudo pelo caminho.
  • Tem certeza de que isso pode dar certo?
  • Acredite em mim! É minha última chance de ser feliz ao lado dele.