Vejo teus olhos brilhando ao se encontrem com os meus, tão distantes, separados por uma tela de LED e por tantos quilômetros.
Toco meus lábios com meus dedos e fecho meus olhos. Ainda sinto o frescor dos teus. Como num espelho, tocamos a tela. Sinto o peito se agitar com esse teu calor.
A tela se escurece. A cama, espaçosa e solitária, repousa sob a luz fria do luar. O sono intranquilo me faz vagar pelas sombras de um sentimento doce. Os olhos se fecham, mas continuo acordado. Os momentos juntos não me permitem te esquecer nem por um segundo.
É como se já fizesse muito tempo. O aeroporto era testemunha de nosso último abraço, onde nossas lágrimas não se contiveram. Com um beijo, selamos nossa declaração de amor. Então, partiste, arrancando um bom pedaço de mim. E eu fiquei parado, observando, tentando entender a situação. Por quanto tempo?
Agora, deitado, olho pro teto. Não quero dormir, não sem que estejas aqui. Preciso de teu carinho e alento ou outro motivo para sorrir. E parecendo ler meu pensamento, sinto o celular vibrar, fazendo meu último desejo se realizar, quando um texto a declarar: “Quero você aqui”, me faz, ainda mais por você, me apaixonar.
Volta, por favor. A saudade precisa do teu remédio.