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Voltando ao guarda-roupa de Nárnia

15 anos após sair do guarda-roupa de Nárnia, eis-me aqui novamente encantando por revistar um dos países literários mais encantadores que fez parte, não da minha infância, mas do início de minha vida adulta.

As crônicas de Nárnia – O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, uma obra de C.S. Lewis escrita em 1950, segue sendo uma das minhas histórias favoritas de todas. Revisitar um mundo mágico, onde todas as criaturas podem interagir com você, revive aquela criança capaz de criar novos mundos, personagens, histórias e diversão, sem poder sair do lugar.

Lúcia, que talvez seja a personagem principal, visto que C.S. Lewis escreveu para sua pequena querida Lucy, entra neste mundo encantado após se esconder num guarda-roupa cheio de abrigos de frio para não ser encontrada no jogo de pique-esconde que ela brinca com seus irmãos mais velhos. Após ter um encontro com Tumnus, seu primeiro amigo narniano, um fauno, ela volta correndo para lhes contar sobre nárnia. É claro que foi necessário que os outros entrassem nesse mundo para poder acreditar nela.

Explorar Nárnia não foi nada fácil para Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia. Primeiro, eles precisaram conhecer o motivo de lá sempre ser inverno e nunca haver natal. Depois, contaram a eles sobre a terrível Feiticeira Branca e, ainda, contavam sobre o misterioso Aslan, que todos acreditavam que algum dia poderia voltar. Pra piorar, Edmundo, que nunca foi um irmão muito obediente ou empático, os trai para poder comer um pouco mais de manjar turco, uma sobremesa viciante dada a ele na primeira vez que ele entrou no mundo de Nárnia pela Feiticeira Branca (ele não havia dito a ninguém sobre só para contrariar Lúcia).

Essa traição tem consequências graves: em primeiro lugar, eles não poderão voltar a seu lar enquanto não encontrarem Edmundo, que se dispersou do grupo para reencontrar a feiticeira. Segundo, ele presenciou a transformação de vários habitantes em pedra. Terceiro, como dizia uma profecia, a vida de todos os traidores pertencem à feiticeira, mas, para contornar essa última situação, Aslan se oferece como tributo e isso acaba provocando uma guerra entre bons e maus narnianos.

Uma vez rei de Nárnia, sempre rei de Nárnia. Anos depois de seus reinados, as crianças, já adultas no fim do livro, retornam do guarda-roupa, voltando ao mesmo dia de quando saíram de casa. O guarda-roupa se sela e a próxima aventura não começará mais no guarda-roupa.

Antes, eu tinha um volume único, como vocês puderam ver no post de 2010, aqui neste blog. Agora, estou refazendo minha coleção com lindos livros de caba dura e ilustrações coloridas. A coleção merece esse carinho. Com certeza, eu jamais ficarei longe das terras de nárnia, pois aqui também é meu lugar seguro (mesmo que por lá volte a ser inverno).

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Guardo Nossa História em Silêncio

Frente ao mar, sozinho, sigo sentado num banco já deteriorado pelo tempo, enquanto as ondas batem na areia, por conta do vento. Nem o céu nublado pode afastar as pessoas de caminharem de mãos dadas, enquanto as crianças correm, pulam e se divertem na areia, cavando buracos, se enterrando e construindo castelos. 

Com um pouco de atenção, vejo os seus sorrisos. Eles seguem felizes aproveitando aquele clima gostoso. Eu poderia estar ali, curtindo como sempre, mas algo em mim me travou hoje. Só o que eu quero é sentir o vento bater em meu silêncio, enquanto tento criar outro final de uma história presa em minhas lembranças. 

As risadas me dispersam. A menininha com a cara cheia de protetor solar e boias nos braços corre para o mar. Ela para, olha, coloca seu pezinho e volta correndo dizendo para sua mamãe que a água estava gelada. A mãe sorri e diz que está tudo bem. Seu pai a carrega nos ombros e a leva para o mar, com aquele jeito de herói, para mostrar a ela que não deve temer nada. E, então, joga um pouquinho de água em seus cabelos, fazendo-a gargalhar. 

A onda se acalmava, mas não em meu coração. Sei lá, não sou de ficar assim, mas por alguma razão, hoje essa tristeza gritou dentro de mim. Olhar para aquelas pessoas aumentou meu sentimento de querer estar ali, no lugar deles, sentindo sua felicidade. Poderíamos ser apenas nós, com nossas crianças, para que eu não estivesse aqui desejando o que não pude ter. 

Olho para trás quando alguém me chama. Era você, me perguntando o que eu estava fazendo. “Nada”, eu respondia. “Estava apenas em meus pensamentos”. Você sorri e nos encontramos com nossos amigos, para zoarmos um pouco pela cidade. Desde que decidimos sermos apenas amigos, contra nossa vontade, nunca mais tocamos no assunto. 

Vejo o sorriso que você carrega, mas não me esqueço da lágrima daquela noite. Mesmo após meses num namoro escondido, éramos felizes, mas não livres. E por não poder amar alguém como eu e com receio de confrontar a quem dizia te amar, você me pediu pra te esquecer e eu, respeitando o que sentia por você, apenas te dei um “sim”. 

E no último beijo, abraçados no mesmo banco, nos despedimos em silêncio. 

Após nosso luto, decidimos cultivar nossa amizade. Nossos corações seguiram por outros rumos, mas ainda não encontramos ninguém que possa refazer nosso mundo. Hoje, seguimos em silêncio, sem saber o que o outro carrega, mas o que eu queria mesmo era gritar que, não importa quanto tempo passe, você será sempre a pessoa especial que meu coração guardará. 

Já se passaram seis longos anos de nosso adeus e mesmo que eu não chore mais, é difícil esquecer. Talvez eu ainda não me permita abrir mão do final feliz que um dia, nesta praia, eu não pude ter. 

Créditos da imagem: Background photo created by jcomp – www.freepik.com

Preciso Respirar

O dia corre aos meus olhos e eu não consigo acompanhar
Mal pisco os olhos e já sobe o luar.
Suspiro assustado, tudo tão depressa,
Todos os dias a péssima sensação
Que não faço nada enquanto a vida está a passar.

Dormir parece tão inútil,
Mas o corpo já não tem energia para tudo realizar
A mente e alma almejam, almejam e almejam
Tanta tarefa procrastinada que me ponho em dúvidas
De onde começar.

Toda segunda já penso: vou começar a me exercitar
Chega a terça, uma matéria nova para estudar
Na quarta, um evento do serviço para participar
Quinta, então, minha dieta já era! Sem forças para continuar
Sexta, dia de sair, mas ficou tanta coisa acumulada da semana
Que fico entre curtir e por as coisas em seu devido lugar.

Aí chega o fim de semana. Muito pra fazer,
Mas nada que vou executar
E aí uma semana a menos,
Eu não sei onde isso vai parar…

E o tempo vai passando
E não me deixa em paz
Vou vendo os dias passando, e eu, confuso,
Não sei qual direção devo tomar.

É tanta coisa, tanta tarefa, 24 horas num dia, sério?
É muito pouco!
E o que fica é que não faço nada
E que não tenho tempo de apreciar mais nada
Sejam coisas grandes
Ou pequenas coisas da vida
Mundo, por favor, pare de girar.

E fica, fica…
O tempo passa
Minha alma fica
Um segundo, por favor
Preciso respirar

Minhas 10 músicas da semana

Entre lançamentos, homenagens e músicas mais antigas, listo pra vocês 10 músicas que ouvi bastante esta semana. Será que você vai gostar de alguma? Confira!

1 – Tribalistas: Lutar e vencer
Depois de um hiato que durou mais de uma década, Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown se reúnem para lançar o segundo disco dos tribalistas. Várias músicas me chamaram a atenção, mas como não gosto de repetir um artista na lista, resolvi escolher essa que foi uma favorita. A letra fala de lutas que são sempre necessárias para conseguirmos nossos direitos. Uma bela canção do trio:

2 – Coldplay: Hymm for the Weekend
Lançado no final de 2015, o disco A Head Full of Dreams rendeu ótimos singles como, a minha favorita Up&Up. Por algum motivo, mais de dois anos depois, esta música do título voltou a tocar em minha mente rendendo até um conto que escrevi no início desta semana (clique aqui para lê-lo). A música conta com um featuring da cantora nada famosa (alerta de ironia) Beyoncé.

3 – Linkin Park: In Pieces
Uma das minhas grandes perdas no cenário musical deste ano, com certeza, foi o Chester Bennington, vocalista principal do Linkin Park. Numb é a música mais conhecida dos caras, mas com certeza, revisitando discos anteriores, a música que tem tocado bastante em meus pensamentos é esta. Tudo bem que a letra não condiz com o sentimento de perder um grande ídolo como ele, mas com certeza sua morte deixou meu coração em pedaços. Vá em paz, Chester.

4 – Selena Gomez: Save the day
Pop não é exatamente a minha praia (pelo menos de uns anos pra cá), mas não há como negar que há muitas músicas no meio que são bastante dançantes. Poucas músicas da Selena realmente me agradam, por conta do estilo mesmo, mas essa é uma que vez em outra volta pras rádios da minha cabeça. Ouça e tente ficar parado a esta batida:

5 – Halestorm: Heathens
Quando escuto um vocal poderoso como da líder do Halestorm, Lzzy Hale, me lembro daquela época em que Female Vocal era meu vício e me pergunto: Afinal, o que me fez substituir os graciosos vocais femininos por masculinos? É só olhar as músicas que mais ouço nos dias de hoje e comparar com as de antigamente. A música que você vai escutar agora é um cover do twenty one pilots, mas que ficou incrível nos vocais dessa banda:

6 – Skillet: Lions
Sabe aquela banda que você descobre por acaso e, um tempo depois, ela lança um disco que era tudo o que mais você precisava ouvir? Skillet é aquela banda de rock cristão que tem tudo o que você precisa quando acha que sua vida não vale mais nada. Eles sabem fazer uma boa letra com todos os ingredientes que você precisa. Eu poderia colocar todas músicas do último disco, mas preciso enfatizar essa que mais me encantou, devido à sua letra forte, que nos compara à forças animais que, não importa quanto tempo passe, eles sempre se manterão de pé para o próximo desafio.

7 – Elza Soares: Na pele (ft. Pitty)
Preciso confessar: eu nunca ouvi Elza Soares na minha vida, então foi uma surpresa ouvir esta música que ela fez parceria com a Pitty (uma de meus ídolos desde 2003). Pitty é conhecida por suas letras marcantes (e por “Na sua estante”) então não é surpresa que mais este presente tenha ficado bom. E digo mais: a parceria também ficou espetacular e o clipe ficou lindo. Esta letra conta uma história de sofrimento que virou aprendizado.

8 – Thirty Seconds to Mars: Walk on Water
Ta aí uma banda que, vez ou outra, me chama à atenção. A letra é forte e a batida é boa. Vale a pena escutar!

9 – AP7: O mundo vai girar
Partindo para o Underground mineiro, AP7 é aquele tipo de banda que você não se encanta apenas pelo talento e pelas músicas, mas pelo carisma desses 5 jovens que sonham em conquistar o palco nacional. E não vai achando que as letras são simples só porque os caras ainda não conquistaram a fama devida. Se você tiver um tempinho, conheça também os outros trabalhos.

10 – ONLAP: Everywhere I Go
Antes de entrar no meu blog para publicar este post, fiquei pensando em músicas que me encantaram durante a semana para fazer esta lista. Bem, entre no meu last.fm (sim, isso ainda existe) e dei de cara com uma mensagem pedido pra conhecer esta banda. E, olha, tenho que admitir que me cativou logo de cara. O som dos caras é muito bom e vale a pena ser conferido.

Se você tiver curiosidade de conhecer meu gosto musical, acesse meu perfil do last.fm clicando aqui. Você também pode deixar nos comentários músicas que vocês gostam e outras discussões a respeito.

Um abraço fraternal a todos.

Cuide do coração que cuida do seu

Deixe-me dizer uma coisa, pequeno jovem. Se alguém te dá o coração que a este pertence, não o destrate caso o aceite, pois o coração é aquilo que melhor temos.

Ninguém é tolo por amar, nem por ter um bom coração. A culpa não é de quem o tem, não é de quem tenta transformar o próprio mundo em um lugar melhor. O coração bom, resistente a tantas adversidades que o mundo lhe traz, só olha para o lado otimista, o lado que melhor for positivo para todos (ou para a maioria).

O coração bom, e torno a dizer, não é tolo. Não é culpa dele se o mundo tenta lhe corromper. Nem tão pouco é ingênuo: Conhece muito bem arredores de onde habita. O coração bom tem poder transformador: transforma o mau em algo bom. Se não consegue, pelo menos tenta. Pra ele não é uma perda de tempo.

Dentro de cada um de nós há ou já houve um coração bom. Alguns o esqueceram ou o perderam na descrença de um mundo melhor. O que te levou a deixá-lo por aí, com frio ou em alguma longe esquina, sentindo-se só?

Muitos ainda o preservam, mesmo que “deixá-lo de mão” seja sempre um conselho. Ora, eu sei o que os outros falam, pra mim não é nenhum segredo. “Tenha um pouco mais de malícia, assim ninguém te passará para trás”. Mas vejam só se isso é correto dizer: Se ser bom é ruim, então mau é que deverei ser?

Por isso, meu amigo, se você receber um coração bom, mas não for capaz de amá-lo da mesma forma, não o aceite. O coração bom também tem seu lado frágil que pode parti-lo em mil pedaços. Curá-lo é difícil e leva tempo, traz dor a quem o carrega. Cicatrizes ficam para toda a vida e isso eu não preciso dizer. Se você não gosta de ter seu coração bom, faça-me um favor: Afaste-se de quem ainda o merece ter!

Insônia e meus pensamentos

Sabe quando precisamos de um abraço? Ou até mesmo um aperto de mãos e um tapinha nas costas? Sabe quando só queremos alguém do lado, mesmo que em silêncio, só pra não nos sentirmos só?

Estou eu aqui, mais uma noite sem dormir, sentado em minha poltrona, com muita coisa na cabeça. Não há nada para fazer, a não ser me deitar e rolar umas boas horas na cama. Não está frio, não há fome, é apenas mais um dia que se passou.

Enquanto a lua brilha lá fora, aqui dentro há pensamentos do que a vida poderia ter sido. Mais um dia se passou e estou sem saber o que vale a pena. Estou confuso. A vida não tem me dado mais nenhuma recompensa.

Pode até ser um pouco de egoísmo querer que alguém tente me entender por um instante ou pedir que alguém passe mais tempo comigo, mas será que só eu quem deveria me preocupar com os outros? O que tanto eu tenho diferente que ninguém vem se importar, de fato, comigo?

Também ouço muito que, para se conseguir tantas coisas, é preciso correr atrás. Até onde isso vai? Será que não se deve ter um dia de descanso onde alguma coisa possa vir tão fácil para mim? A vida é uma luta diária, não nos permitindo descansos? Por que tenho que regar todos os dias as minhas plantas? Será que não há chuvas que durem mais que uma semana?

Sim, temos que ser fortes, temos que estarmos motivados, mas às vezes estamos cansados e o que precisamos é apenas de nos repousarmos em um abraço. Há um mundo cruel lá fora, mas o que eu queria era apenas viver em paz no meu canto, mas eu faço parte deste mundo, então, talvez eu deva ser cruel também. Ou, talvez, devesse apenas continuar abraçado à minha solidão.

Eu tento correr, mas para onde vou? Tento chorar, mas minhas lágrimas se trancam em minha garganta. Tento escrever, mas nem sei se sou bem interpretado. Tento mudar minha rotina, mas ela se transforma numa nova rotina. Tento cantar minhas músicas, mas apenas eu as ouço. Até tento gritar, mas minha voz se perde na multidão. E eu me torno apenas mais um garoto fazendo drama em uma tela azul.

Aí eu me questiono: Será que o problema sou eu? Será que não sou legal o bastante para quererem minha companhia por tanto tempo? Será que nenhuma alma se solidariza em compartilhar comigo experiências que me façam bem? Afinal, o que há de errado? Tantas perguntas que me faço, tantas hipóteses que formulo, mas nenhuma resposta concreta. E só me resta seguir sem saber como.

Eu sei, eu precisava desabafar. Era isso ou mais uma noite de insônia. Agora vou me deitar novamente e tentar dormir um pouco. Não vai ser fácil, mas eu consigo. Respirar e relaxar.

Queria eu que fosse esse só mais um personagem, mas, na verdade, sou eu, vendo a vida passar.

Através deste vidro

Há algum tempo que te observo através deste vidro. Parece uma eternidade teu sofrimento. Já se tem passado um bom tempo desde o início de tudo isso. 

Penso em te perguntar sobre teus pensamentos, mas as palavras não me saltam da boca, pois sabe que não existe uma resposta simples. Sentimento tão confuso, até mesmo para teu ser. 

A joia da confiança se quebrou e a esperança se esfumaçou. Olhos lacrimejando por um mundo que não existe, outro que não é teu. “O que faço por aqui?” 

Mundo vazio ao qual não pertences. Com todos aqueles manequins e aquele dinheiro que nunca terás. Busca compreender porque o mal prevalece por tantas coisas que jamais levaremos. Se aqui está, daqui não sairá. 

Tudo tão certo para eles. Crenças como alicerces, um álibi para julgar um irmão. Pensamento que se molda de tantas formas para destruir o que outro irmão também construiu. Um carro na mão, um pouco de álcool no sangue e sou capaz de matar mais um irmão. 

E eu tenho te observado por este vidro há algum tempo. Se todos são assim, por que te sentes tão deslocado? Um vínculo a este mundo te faz igual a todos estes. 

Teus olhos, frente a uma bela paisagem, apenas observam o que está dentro de si, contradizente. Por mais que você diga não, se sentirás culpado. Os dedos te apontam todo o tempo, “seu fraco”. O mundo todo está contaminado e não haverá vacinas “nem para ti. Não insista.” 

“Eu te protejo de tudo. Aqui não é tão ruim, portanto não te mantenhas em defensiva. Abre mão de teus princípios para poder viver bem. Não transformes em rocha teu pensamento tão hostil. Somos bons, permite-nos uma só chance.” – e à insistência disfarçada de doces canções, acompanha-se o punhal. 

E daí se faz o conflito interno. Abrir mão de quem somos, usando máscaras e vivendo uma felicidade que apenas nos cobre impenetravelmente ou amargarmos num interior abraçados pela solidão incompreensível? Eu não saberia descrever esse sentimento distinto à realidade frente a meus olhos marejados e incuráveis pelo tempo. 

E tu apenas te sentas de costas para essa parede de vidro, esperando teu corpo parar de sangrar. Quanto tempo ainda há se de aguentar? Parece uma eternidade, mas há algum tempo que tenho me observado através deste vidro.

Foto de Download a pic Donate a buck! ^ no Pexels

Cadê o din din?

Mas cadê o din din?
Não tá nos bolsos…

nem na carteira
nem na bolsa
nem na C/C
nem na C/P
nem na LCA
nem no RDC
nem em lugar nenhum do mundo!

nem debaixo do colchão
nem plantado no jardim
nem enterrado no quintal
nem na cueca daquela turminha
nem naquele famoso lava-jato.

nem nos distritos
nem nas facções
nem no banco gringotes
nem nas estrelas
nem no quarto de jogos do Grey
nem na vida, no universo e tudo mais

nem nas Galáxias
nem na terra dos Hobbits
nem na Estrada da Noite
nem nos teoremas por aí
nem nas cidades de papel
nem no Alasca
nem em Forks
nem na arena dos Jogos Vorazes

Cadê o dindin?
Não está em lugar algum.

Loucura escrita com Bianca, entre uma vitrine e outra.

O mal do poeta

De todos os males profundo
Vivo aquele que me faz sentir melhor
Pois crio um vasto mundo
Em que me faço maior.

De todos os lugares do mundo
Nado em mares tão rasos e tão profundos
Pois em meus próprios pensamentos
Sou capaz de criar meu mundo.

De tantas belas criaturas
Personagens, histórias e magias faço vida
Com palavras de um distinto adulto
Mas pelos olhos de uma criança ainda não crescida.

Deste mundo que crio ao me sentar
Deste mundo que de mim não só faz imaginar
De todo um mundo que dou asas a voar

Sou rei, sou plebeu, sou príncipe, sou Romeu.
Sou bicho, sou gente, sou árvore, sou mente.
Sou tudo, sou eu.

O mal do poeta é ter um mundo
Um mundo só seu
Um mundo que não existe
Mas um mundo que lhe pertenceu.

Titanium

Críticas, falhas, defeitos, má postura, más atitudes. Inveja? “Em seu lugar eu faria melhor, eu seria diferente, eu não cometeria os mesmos erros.” Será que não? Seria esse o ser perfeito que tenho buscado por toda a minha vida?

Fala mais alto, por favor. Não há como te escutar. Ouço tuas críticas por todos os lados. Se apoio alguma causa, rebates por eu estar em algo errado. Deveria eu ajudar o próximo ou deveria ajudar um mundo tão gigante? Podes me ajudar ou apenas sabes me crucificar?

Atira para meu lado. Tuas balas não me atingem. O que há contigo? Será que não és capaz de algo melhor? Essas balas ricocheteiam. O que há com elas que não me atingem? Quando acertam, não as sinto. Hmm, talvez, eu seja… Não! Talvez não! Eu sou! Sim! Eu sou a prova de balas.

Eu conheço meu potencial. Sei que sou bom e melhoro para isso. Tuas palavras tão inférteis. A razão disso é teu ser. Queres que eu seja um perfeito ser, quando tu nem te dás o trabalho de melhorar. Essa tua preocupação em demasia em meu ser me preocupa. Por que não podes guardar teus conselhos a ti mesmo. É tão difícil?

Uma dica. Se queres tanto assim que eu mude, troca de armas. Acaba comigo. Faz disso uma guerra. Faz-me à tua mercê. Faz-me teu subordinado. Ergue teu timbre de voz e me ataca com paus e pedras. Usa tua metralhadora. Destrói cada rincão de mim, mas age com maestria.

Não consegue, sabe por quê? Sou feito de titânio. Eu tive minhas lições durante meu percurso e nunca precisei ser mau. Nunca, ao contrário de ti. Busco o melhor para mim e sei disso, vejo todo o resultado neste contínuo processo. Não sou perfeito, nem posso ser. O importante é que estou bem e procuro que todos fiquem bem consigo mesmo.

Já viste meus textos? São parte de mim. Sei que com eles consigo fazer bem a alguém. Conhece minhas atitudes? Sei que já fiz exemplo para muitos. E sigo assim. É o que me faz bem.

E se não podes satisfazer-te com isso, grita mais, atira pro lado certo, tenta contra mim outra vez. Não é capaz? Claro que não! Eu sou feito de titânio.

Indicação: Diego Gomes

The Globalist

Podemos ter tido um momento de paz, um momento de virtude, um momento de esperança, mas isso não quer dizer que os problemas acabaram. Devemos lutar por um mundo melhor.

(…)

É estranho imaginar como o ‘jogo vira’. Antes, aquele opressor, com tamanho poder, estava ali no chão, com suas vestes rasgadas, sujas, sangradas. Parece ironia, mas ele se agonizava. Meu coração batia trêmulo, sentindo um pouco de piedade por alguém que tanto fez mal.

O que fazer? Perdoar? Pisar? Proferir-lhe toda a verdade para fazê-lo sentir-se culpado?

Sentei-me a seu lado. Ele não parecia almejar uma conversa. Senti pena daquele indivíduo. O que o fez chegar a tal ponto? Não lhe perguntei. Saberia que a resposta não viria.

“E aí, cara, tudo bem com você?”

Não houve respostas. Apenas um olhar vazio e distante.

“É estranho ver uma pessoa que tanto fez mal, para mim também, numa situação degradante como essa.

Não imagino o que tenha acontecido a você. Pode ter sido traído pelas pessoas de seu convívio, pode ter tido o coração dilacerado por alguém, pode ter confiado nas pessoas erradas.

Cruzou pelas estradas erradas, com os errados, com quem poderia ter te feito mal. E começou a achar aquilo normal. Agiu com outros da mesma forma. Não sentia remorso, não sentia culpa, não pesava na consciência. E hoje te vejo nesta situação.

Perdeu todo o império que um dia lograra. Se alguém não ‘dançasse conforme a música’ para você, bastava substituí-lo sem o menor pesar. E foi assim que seguiu pela vida.

Nutriu um ódio por essa terra, nutrindo ódio em vidas alheias. Ciclo viciado que desprezava qualquer sentimento de bondade. Semeou o negativo por terras de impureza infértil, de bondade antes em potencial, de bondade hoje em estágio final.

Foi dos inocentes um deus, venerado, alimentado, almejado. Crentes por algo melhor se tornaram. Esqueceram-se de suas vidas, antes maravilhosas, maximizados aqueles problemas outrora insignificantes. A vida tornara-se melhor. Tornara-se?

Mas aquele mesmo ódio semeado, plantado e nutrido, foi colhido e repartido entre os seguidores de tal fé. O ódio, antes enrustido, se digeria e escapava entre o único poro restante de uma mente que almejava poder. E o poder, derrotado pelo poder, se esvaneceu.

Agora não sobra mais nada. Apenas um chão frio e seco, coberto de sangue derramado pela ira. A lágrima que escorre é apenas consequência. Todos se foram. Não há sobreviventes por perto, não há mais alguém para amar ou odiar. Só lhe restava a solidão.

É da natureza humana: Destruir por acreditar em um ciclo interminável. Nada é eterno. Esse ciclo se rompeu e hoje o que resta é o pó. O pó que o vento leva para nunca mais. De tudo, lembranças ruins e uma consciência que jamais se cala.

Levante-se, erga-se. Há ainda uma vida a seguir. Nova? Depende de você. Faça o bem, semeie o bem, por mais incomodante que seja. Todos podemos recomeçar. Ainda há algo belo aí dentro, basta procurá-lo. E, se algum dia, essa carapaça arranhada se quebrar completamente e revelar um homem de forte luz espiritual, pode ter certeza que um belo caminho de flores e nuvens claras surgirão, amigos verdadeiros aparecerão e um pensamento de harmonia te contagiará.

E quando este dia chegar, quando um verdadeiro humano se libertar, chame a mim para uma amizade brindarmos. E, quem sabe, um copo de cerveja tomarmos.”

Revolt

  • Reaja! Você é capaz de erguer a cabeça e seguir. Seja guerreiro. Você pode se rebelar.

(…)

“Reaja!”. Essa frase me motivou a sair daquele chão frio, mesmo não sabendo de quem era. A liberdade estava próxima. Poucos passos e logo estaria longe dali.

Mas não posso sair. Há uma guerra ali dentro. Devo ficar e ajudar, devo me redimir de todo mal que fiz, transformando todos esses lacaios do poder em homens de bem. Fazer o mal é muito fácil, fazer o bem e se preservar deste lado, não. Entretanto, voltei à luz e eles também podem. Devo voltar.

Posso morrer. O que fazer? Essa dúvida machuca meus pensamentos, fere meus sentimentos. E se eu sair dali e ele me alcançar novamente? Ele, o mal. Sinto o gosto da liberdade que, todavia, se mostra a cada minuto mais distante. Sei que esse é um mal que nunca parará. O que fazer? Sou parte desse sistema, devo ser parte de sua destruição também!

Quando toda a guerra acabar, tudo voltará a ser o que era antes. Um poder, vários em seu poder. Não posso fugir desse controle. Não posso ter essa liberdade. Não apenas eu.

Sinto-me fraco para continuar, sinto-me em dúvida. Fui cruel. Não devo tomar minha liberdade. Perdi minha alma, perdi meu caráter.

“Não pense assim!” – dizia a mesma voz de antes, agora em matéria.

“Você não está só, você não perdeu sua alma. Seu arrependimento é válido. Aqueles homens foram consumidos pelo poder. Se você foi capaz de se libertar disso, eles também podem!

Vê, atrás de você? Quantos ali não perceberam o mesmo. Estão ensanguentados, com frio. Preferiram a liberdade. Compreendeu que todos merecemos respeito por igual, não vivermos em uma hierarquia de poder. Eles são jovens sedentos por liberdade e esperançosos por um futuro melhor.

Assim como eles, você ainda tem muito a provar. Já provou o gosto de sangue e fome desta terra, agora deve sentir o frescor da brisa e da água pura.”

Ele me mostra suas cicatrizes.

“Eu já fui um de vocês e os estive observando. Ajudei quem fosse preciso, como ajudei você. Fiz o que você almejou, recusando minha liberdade. Alguns são ingratos e acreditam que somos todos egoístas, que somos todos iguais, que somos todos maus, que não queremos ajudar ninguém. Nem todos somos assim. Somos ainda o que chamam de ‘a esperança da humanidade’ e assim que continuaremos a agir.

Por isso, vá! Vão. A liberdade os espera. Vocês têm muito a crescer, muito a ver. Acompanhem seus filhos, cuidem de suas famílias, preservem seus amigos, pratiquem o bem e a solidariedade. A vida é bela para continuar desperdiçando. Não sejam mais escravos de nada ou ninguém. O mundo ainda acredita em pessoas boas como vocês. Sejam a alegria, a felicidade, a verdade, a vida.

Espalhem coisas boas para o mundo.  Não sejam escravos da maldade só porque muitos são assim. Não façam o mesmo que os tolos só porque é divertido. Tenham caráter, tenham moral. Tenham uma vida digna e plena, sem se preocuparem em recompensas. Sejam os verdadeiros humanos.

Vocês podem fazer este mundo ser o que quiserem.”

https://www.youtube.com/watch?v=ZuL3GsnhbdE

Fotos Históricas do Mundo (4)

Albert Einstein no Brasil

 

Primeiro computador do mundo

 

Presidente Kennedy Morto

 

Construção do Empire State

 

Boletim Escolar de Albert Einstein

 

Criador do Orkut

 

Google em 1999, uma pequena empresa

 

Marilyn Monroe na playboy

 

Titanic antes de zarpar

Links anteriores:

Parabéns pra quem nem conheço

Quando alguém fala que eu não bato bem da cabeça, eu deveria acreditar.

Estava eu, passeando por aí pelas estradas do google, quando encontrei o blog Correndo mundo. Lendo uma mensagem, vi que era aniversário de uma pessoa hoje, 24 de julho.Tudo bem, eu admito que estava procurando uma pessoa que estivesse fazendo aniversário nesse dia, famoso, na verdade e vi esse blog. Encantei-me bastante com as palavras e as mensagens que li, sério mesmo.

Gostei também de algumas mensagens de Fernando Pessoa. Claro, como o tempo nunca está a nosso favor, não cheguei a ler todo o blog, mas li bastante coisa interessante. O mais interessante de tudo é que resolvi parabenizar uma pessoa que nem ao menos conheço. Normal, isso acontece, às vezes somos assim mesmo. Pra ser sincero, nem sei se realmente ela estava fazendo aniversário ou não, mas se tiver errado, agora “já era”.

Na capa, uma imagem que me chamou a atenção pela beleza do lugar (Illinois – EUA).

Crédito para imagem de banner: Wikipedia

Boas-vindas

Olá, pessoal!

bom dia hello GIF

Sejam bem-vindos ao Quarto Virtual.

rolling out the red carpet GIF by Golden Globes

Um cômodo separado dos outros que estão em minha casa, onde posso mergulhar para deixar meus pensamentos soltos e compartilhá-los por aí.

ruby sparks writer GIF by 20th Century Fox Home Entertainment

O mundo nerd também estará presente neste pequeno cubículo que parece não ter fim, pois, claro, é neste mundo em que gosto de estar nas horas vagas.

mario kart gamer GIF

Convido você a entrar neste mundo e fazê-lo seu também. Pode pegar um salgadinho, uma bebida, pode pegar o controle e jogar a vontade ou ler um livro à sua escolha (só não pode sujar meus brinquedos com as mãos engorduradas de comida hehe). Se quiser apenas se deitar no chão para ver uma série, anime ou filme, você também é nosso convidado.

lay down turner classic movies GIF by FilmStruck

Por isso, deixe seu calçado no tapete e não se acanhe de entrar. Afinal, amigos, quanto mais melhor e você é meu convidado.

Happy Jim Carrey GIF

Um forte abraço a todos!

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