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Invisível aos olhos – O Pequeno Príncipe

Sobre o livro

A última obra (e a mais famosa) de Antoine de Saint-Exupéry, foi escrita em 1939 e conta a história de um piloto que precisou fazer um pouso forçado no deserto do Saara, em um local totalmente inóspito. Ele precisa ser rápido, pois só possui água para passar oito dias naquele local.

Enquanto tenta salvar a si mesmo, um baixotinho loirinho se aproxima já chegando na maior intimidade lhe pedindo uma ovelha. O motivo: seu pequeno planeta está sendo invadido por criaturas arborísticas terríveis chamadas “Baobás” e precisa de alguma coisa que possa destruí-las enquanto são pequenas e fofas.

Mas, para ele não é suficiente. Ele conta a história de seu planeta, enquanto o narrador-personagem tenta se concentrar na mecânica de seu piloto para voltar onde existe aviação. Porém, como não consegue, acaba se rendendo às histórias do pequenino e conhece personagens como a rosa que é dramática e precisa de atenção o tempo todo, apelando para o sentimentalismo humano, alegando ser alérgica ao ar e que muitas criaturas irão aparecer para devorá-la se o pequeno príncipe a deixar.

Além dela, também conhecemos o vaidoso, que precisa ouvir a cada 10 minutos de que é muito lindo, o rei, que precisa muito ordenar alguém, senão fica frustrado, o contador de estrelas e o acendedor de lampiões, que não param por um minuto, pois sempre precisam trabalhar, a raposa, que é o personagem mais famoso do livro, aquela que precisa ser cativada e coisa e tal, o carregador de trens, que não tem ideia pra onde sua carga vai, o milagreiro, que vende uma pílula, jurando que aquilo substitui água e por aí vai.

Ao final do livro, claro, o piloto precisa deixar o príncipe e voar de volta à civilização, mas não vou contar como termina, pois aí seria muito spoiler. Caso queiram ver minha análise capítulo a capítulo, acessem minha página no Skoob

Sobre o autor

O escritor do livro, Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), também foi ilustrador e piloto francês, o que o influenciou nas escritas. Outros livros que escreveu: O aviador (1926), Correio do Sul (1929) e Terra dos Homens (1939). É curioso notar que na ficção, o narrador-personagem cai num deserto inóspito, onde conhece o príncipe, enquanto o escritor desapareceu numa missão de reconhecimento em 1944 e nunca mais foi encontrado. Talvez, tal qual o príncipe, o escritor foi morar nas estrelas

Referências

Leia sobre o autor aqui: https://www.ebiografia.com/antoine_de_saint_exupery/
https://www.oexplorador.com.br/saint-exupery/

Para descontrair

@affthehype

📚 Clássicos da literatura resumidos para caber no tiktok: o pequeno príncipe

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Pérolas humorísticas do primeiro Dragon Ball

Quem leu o mangá ou assistiu ao primeiro anime do primeiro Dragon Ball (aquele em que o Goku é piquituchinho), sabe como a série contém várias pérolas carregadas de humor. Neste post, apresentaremos algumas delas:

Obs.: Lembre-se de que mangás são lidos da direita para a esquerda

1 – Fênix imortal, mas só de vez em quando

No primeiro mangá, Goku e Bulma ajudam a tartaruga de mestre Kame a chegar ao seu lar – o mar. Como agradecimento, Mestre Kame lhe oferece a Fênix Imortal para conceder-lhe vida eterna. Entretanto…

2 – O raptor de garotinhas

Oolong é um fofíssimo porquinho-adolescente que se transforma por cinco minutos (tempo não-programável) em um terrível monstro para aterrorizar uma aldeia. Motivo: encontrar uma garotinha para se casar. Logo ele é descoberto e o obrigam a libertar as garotinhas que estão em sua mansão. Mas, aí fica a pergunta: será mesmo que elas querem ser libertas e voltar para o campo?

3 – As balas do Piriri

Para ter certeza de que o covarde do Oolong não se separe do grupo, Bulma lhe dá uma bala que provoque um ‘Piriri’ em quem a consome. Goku acha um máximo e faz só pra testar mesmo.

4 – Ocê é Banguela!

E o Yamcha que descobre que bateu na filha do poderoso Rei Cutelo e, quando ela retorna do desmaio, ele tenta dar uma desculpinha que tudo aquilo havia sido ‘sem querer’ e joga aquele miguezinho de que foi tudo por amor. Porém, Chichi percebe outra coisa…

5 – Você é realmente o Mestre Kame?

Ainda falando da Chichi, e ela que resolveu atacar o Mestre Kame num golpe surpresa para provar que era ele mesmo? Mas, o mestre tinha uma forma um pouco mais peculiar de provar que era ele:

6 – Estava cheio de gordura

Bom, o motivo para Goku e Chichi estarem em busca de Mestre Kame é que apenas ele tinha um leque mágico que apagava o fogo do Monte Frigideira (lugar onde Chichi e seu pai moram). Mas, na hora de procurá-lo, Mestre Kame descobre que…

E você? Se lembra de mais algum momento do humor em Dragon Ball?

Imagens retiradas dos dois primeiros mangás da série Dragon Ball

O Fio do destino – 3ª parte

Continuação da resenha do livro “Fio do Destino” de Zíbia Gasparetto

Nota: A resenha abaixo possui spoilers. Caso você não deseje ler algum, passe para o próximo post

Capt 5: Meu Deus, que capítulo longo!
Jacques já começa a história casado, porém, ele não havia aberto mão de seus estudos em Paris. Mesmo distante, escrevia cartas para sua amada.

Peraí, amada? De jeito nenhum! Ele e Elisa, agora mulher, viviam uma história complicada. Tratavam-se com muito carinho, porém, com a distância, não sentia sua falta. Ela, por outro lado, por mais que em sociedade fizesse a linha “esposa perfeita”, tinha dupla personalidade: ora o amava com certa ardência, ora, fria e apática.

O capítulo dá ênfase apenas nos dois e na irmã Lenice. Lenice agora está mais madura e, finalmente, reconhece o sentimento de amor ao marido, que no início foi difícil, viu? Visto que ele, mesmo que não tenha dito com essas palavras, a forçava a amá-lo (pelo menos a agir como esposa na frente da galera e, ainda, exigindo-lhe que ele fizesse o papel de marido – vocês me entenderam, vocês não são bobos!). A evolução da personagem Lenice assusta. Parece que demitiram a atriz antiga e colocaram uma nova (eu ainda estou falando do livro). Agora mais ligada ao espiritismo, fala de assuntos como “a vida colhe o que você planta” ou que não existe essa bobagem de que Deus fez algumas pessoas servas e outras patrões, afirmação que a cunhada Lenice enfatiza e depois fica com raiva de ouvir isso da boca da Elisa. Então, por conta disso, elas se engalfinham, puxam o cabelo uma da outra e rolam pela lama decidindo quem é a mais gostosa entre a família rica. Na verdade, houve realmente um desentendimento, mas a briga só aconteceu assim no subconsciente de Jean, que já estava todo empolgado pra vê-las se esbofeteando).

Certo, agora vem a fofoca. Sabe o porquê de Elisa ter embebedado Jacques pra se casar tão pronto com ele? Não? Pois, eu te conto. No capítulo anterior, ela não tirava os olhos de Jean. E não é porque o cara era todo bonitão (como Jacques já havia afirmado 500 vezes), mas porque os dois tiveram um caso antes de ele se envolver com a atual esposa. Aí parece que o negócio esquentou e os dois… bom… sabe como é, né? Pra preservar o seu selo de autenticidade, encantoou o pobre ricaço e mimadinho preferido da galera pra ver se ela não ficava mal falada na sociedade. E sabe o porquê de Jacques ter desconfiado disso? Ele viu a semelhança de seu filho (sim, agora ele era papai) com o seu cunhado! Aí, ele foi atrás, ficou igual Maria Fofoqueira ouvindo atrás das portas e descobriu que os dois já tiveram um caso. Jura eles que o caso foi só antes, que nunca rolou tico tico no fubá depois que ambos se casaram. Bem, agora fica a cargo do leitor saber se realmente rolou ou não. Tem um ou outro detalhe no capítulo, mas não vou me lembrar de tudo também, é muita coisa pra resumir.

Ao fim, Jean e Jacques finalmente ficaram mais amiguinhos, Jean prometeu contar sobre seus sentimentos à sua esposa (que já sabia de tudo porque o irmão é um fofoqueiro) e Jacques jogou todas as verdades na cara da mulher e largou dela. Foi morar fino e pleno em Paris. Mas, pelo menos, ele assumiu o filho (Julien, o nome) porque o bichinho não tem culpa de nada.


Links:

Leia a primeira parte aqui

A segunda parte aqui

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O fio do destino – 2ª parte

Capítulo 4

Num único capítulo, dois casamentos foram prometidos. Jacques recebe a visita de um ricaço q ele elogia sua beleza por várias vezes (sério, toda página ele falava da beleza do cara) e aí, pra fugir das ruínas, entrega a própria irmã pra casar com o cara. Lógico que a irmã reluta um bom tempo, mas por livre e espontânea pressão do irmão, da mãe e do ricaço, que se chama Jean, ela aceita.

Sério, o cara já veio mal-intencionado. Já sabe que a família tá pobre e já vai lá quitar as dívidas pra eles ficarem à mercê dele. A família do Jacques, que eu tava doido pra vê-los na pobreza por um tempo, foi salvo por outro riquinho mimado, porém belo e elegante (atributos mencionados pelo próprio Jacques 500x), que nem o próprio Jacques suporta. Poxa, gente, um pouco de sofrimento pros personagens não faz mal a ninguém…

Com o passar das páginas, Jacques percebe que fez burrada. Afinal, o cara era o mesmo q ele conhecia nos tempos da escola. Um sujeitinho arrogante que ameaça a própria futura esposa, caso ela não seja doce e submissa a ele. Pra piorar, não basta ele pagar os títulos, ainda os mantém consigo pra poder usá-los em momento oportuno, caso necessário.

Enquanto isso, na festa de noivado deles, Jacques se encanta por Elisa. Eles ficam de namorico ali às escuras, toma um vinho e aí ele apaga. Certeza que a mulher batizou o negócio. Aí ela o arrasta pro quarto e… bom, vocês sabem! Quando ele acorda, ela está chorando porque… é… fez aquilo (quer dizer, ela jura que fez enquanto o cara tava apagadão… gente, na minha terra, isso tem outro nome!). O cara fala q vai se casar com ela, aí dá de cara com o futuro sogrão. É, agora não tem jeito, vai ter que adiar a viagem pra Paris e honrar o que fez (ou o que não fez, sei lá)

Veja a primeira parte aqui

Retorno à leitura e às resenhas

Todo mundo sabe que, toda vez que vira o ano, nós, ou pelo menos, alguns habitantes da Terra, apenas, nos enchemos de promessas com o objetivo maior de nos tornarmos pessoas melhores.

Pois bem. Tendo abandonado o mundo da literatura por um tempinho, este ano, uma das minhas promessas foi voltar a ler livros e trazer resenha sobre eles aqui no blog. Até porque, muitos livros ainda seguem intocados em minha prateleira vasta de romances e ficções embrulhados em criativas e coloridas capas bem-planejadas.

Após ter retornado de minhas férias, eis que recebo a sugestão de ler um dos livros da prateleira de uma tia minha. Como se já não bastassem os milhões de livros próprios que preciso ler, ainda loto com mais um fora de minha propriedade. Por conta de conhecimentos prévios, resolvi escolher um livro da escritora Zíbia Gasparetto, “O Fio do Destino”.

Como eu sei que não terei muito tempo para ler um livro completo, vou me disciplinar para ler, pelo menos, um capítulo por semana. Este, por exemplo, conta com 17 capítulos e eu espero terminar tudo antes que maio comece.

Até o momento, já foram devorados três capítulos. Para que o post não fique tão grande, vou apenas resumi-los:

O Fio do Destino começa contando a história de Jacques Latour e sua família rica (pai, mãe e irmã). Jacques é um jovem bem mimadinho muito bem respeitado (claro, né $$$) pela sociedade, mas que se algo lhe é tirado, então ele fica meio bravinho e vai reclamar com quem possa para conseguir o que é seu de direito, como na vez em que ele foi ao teatro e uma mulher comprou o lugar dele (importantíssima, tratando-se de dinheiro).

Mas, tudo que é bom, dura pouco (ou quase isso). Ao descobrir que está falido e cheio de contas para pagar, seu pai ricaço vai de “arrasta pra cima” e deixa todas as dívidas para os filhos (e a esposa) com o risco de a família ir toda para o Serasa. Então o filho, mimadinho, vai correr atrás dos credores para negociar as dívidas, mas ele percebe que a galera só puxava o saco dele pela gigantesca quantia de dinheiro que ele tinha, por isso, as coisas mudam e todo mundo resolve dizer que quer seu dinheiro agora.

O que será que ele fará, agora que o cara que nunca teve uma carteira assinada, está sem dinheiro?

Veremos nas próximas resenhas.


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A trajetória do mochileiro

Resolvemos dividir o livro “O guia do mochileiro das galáxias”, de Douglas Adams e o primeiro da série “O mochileiro das galáxias” em cinco partes de forma bem resumida.

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O Fim da Terra
Arthur Dent é o personagem principal e descendentes dos primatas – um terráqueo. Seu melhor amigo, Ford Prefect não, pois veio de Betelgeuse. Arthur está preocupado que sua casa será derrubada, pois uma galera que dirige tratores amarelos querem construir uma via, pois via são necessárias. Mas, Ford o chama para tomar umas cervejas num bar ali próximo, pois não importa o que aconteça com sua casa, o mundo será destruído. Arthur não acredita. Então, os Vogons aparecem e destroem a Terra, pelo mesmo motivos dos caras dos tratores amarelos – é preciso construir uma via galáctica interespacial.

Passeio com os Vogons
Toda terra é destruída, todas as informações e todos os habitantes, exceto um – Arthur, salvo por seu amigo Ford, por terem conseguido se penetrar na nave dos Vogons levantando o polegar. Quem os ajudou foi uma turminha que cozinha para os vogons – os melhores da galáxia. Arthur passa a acreditar na história de Ford (impossível não, nessa altura), mas não tem muito tempo pra conversar, visto que são expulsos da nave, após um dos Vogons ler o seu tão temível poema.

Vogons Poetry GIF | Gfycat
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Carona de Ouro
Expulsos da nave e com pouquíssimo tempo de sobrevivência, Arthur e Ford são capturados pela nave do presidente da Galáxia Zaphod Beeblebrox que viaja com Trillan, outra terráquea que havia fugido do planeta com Zaphod um tempo antes da terra ser destruída com o intuito de estudar melhor a galáxia (ela é astrofísica). Zaphod roubou a nave coração de ouro, que conta com um gerador de improbabilidade infinita com o intuito de fazer buscas pela galáxia, mas no final das contas nem ele mesmo sabe o que está procurando. É aqui também que conhecemos Marvin, o robô superinteligente que sofre de depressão e reclama que faz tarefas que não condizem à sua inteligência e de portas que suspiram satisfatoriamente toda vez que se abrem para alguém passar por elas.

10 mandamentos do Rei da Galáxia – Obrigado Pelos Peixes!
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Encomendas de planetas aqui
Eles descobrem o planeta de Magrathea, que, até então, parecia uma lenda. Um planeta, aparentemente, inabitável, mas que os recebem com duas olgivas. Por sorte, conseguem escapar. Eles posam e se separam em dois grupos: Trillian, Zaphod e Ford entram num local e desaparecem. Arthur e Marvin ficam vigiando o local. Aparece Slartibartfast, que conta que Magrathea é um planeta que constrói planetas por encomenda e que a Terra foi um supercomputador projetado para responder à pergunta fundamental da Vida, do Universo e tudo mais, algo encomendado por dois “ratos” – espécie considerada a mais inteligente vivente no planeta terra.

Revolução dos Ratos
Antes de projetarem a terra, os dois seres, os ratos, desenvolvem o segundo computador mais inteligente. Ele deveria responder a grande questão da vida, do universo e tudo mais, porém, ele alega que demorará cerca de 7 milhões de anos para respondê-la. Então, num mega evento, com muitas pessoas, os descendentes dessas duas criaturas retornam, mas a resposta não é satisfatória: 42. O próprio computador alega que eles nem sabem a pergunta para tal resposta e, para isso, seria necessário construir um computador mais inteligente do que esse. E aí, eles encomendam a terra. Porém, há poucos minutos de a resposta ser revelada, os Vogons aparecem e destroem o planeta para construírem uma via intergaláctica.

E aí, a história continua no livro 2: “O Restaurante no Fim do Universo”

Best Hitchhikers Guid GIFs | Gfycat
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Autopsicografia – Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

O verdadeiro valor

Pra mim, o trecho mais bonito do filme “Marley e eu” que conta a história da amizade entre um cão e o homem. Além desse filme (e livro) recomendo “Sempre ao seu lado”, um filme mais triste, mas que passa uma mensagem mais forte.

“Um cachorro não precisa de carrões, de casas grandes ou roupas de marca. Um graveto está ótimo pra ele. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Dê seu coração pra ele e ele lhe dará o dele. De quantas pessoas você pode falar isso?! Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial?! Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?!” – John – Marley e Eu

Calvin e Haroldo fizeram parte da minha infância

Escrito por o Bill Watterson, de 1985 a 1995, Calvin e Haroldo (Calvin and Hobbes) é uma HQ que retrata a história de um garotinho de 6 anos cujo melhor amigo é um tigre que se transforma em pelúcia quando está perto de algum adulto e é de verdade quando está apenas perto de Calvin. Uma genialidade de Bill, já que ele consegue retratar tão bem a imaginação de uma criança que fica até difícil imaginar como isso poderia acontecer.

Quando eu era garoto, gostava muito de ler as historinhas dele, mas, só depois de anos fui retomar a leitura e perceber como ele possui várias historinhas legais, discorrendo sobre diversos assuntos na visão ingênua de uma criança. Afinal, Bill não se preocupou apenas em retratar uma história infantil, mas mostrar a realidade na visão de uma criança.

Também é interessante perceber como o autor se preocupou em dar tanta vida ao tigre Haroldo que é visto, claramente, em várias tiras que ambos também discordam de muita coisa, o que, muitas vezes irrita Calvin.

Vou por algumas histórias dele que acho bem legal.

C&H - 0607
C&H - 0613
C&H - 0616

Descobrindo o mundo de nárnia

Conversando um pouco com o Young Álisson (meu jovem eu de 10 anos atrás), encontrei uma história de quando eu descobri o gosto da leitura. Começou com o livro “As crônicas de Nárnia”, uma coletânea de 7 livros em que crianças saem de seus mundos para viver lindas histórias no mundo de Nárnia. O relato abaixo já tem 10 anos e eu gostaria de compartilhar com vocês. Então, relaxem e curtam a história.

Nunca fui muito fã de ler, nunca mesmo. Lia sempre o que achava necessário, como informações úteis, uma coisa ali ou aqui ou piadinha de blog, coisas do gênero. O último livro que havia lido fora “Helena” de Machado de Assis (há quase 3 anos, nem me lembro da história).

Mas, nos últimos dias, com essa febre de Crepúsculo e Harry Potter (ele já foi mais), resolvi dar umas passeadas pelos livros do Submarino, quando encontro um leão na capa que me chama a atenção (não, não estou falando daquele da declaração de impostos, ou qualquer coisa do tipo), estou falando de “As crônicas de Nárnia”.

A segunda coisa que me chamou a atenção foi o “Volume único”, que eu ainda não tinha certeza do que era (não, não estou falando que não sabia que aquilo era um único volume, mas queria saber porque ele o era, entende? Não? Então não me peça explicações). Quando pesquisei mais a fundo, percebi que a série tem 7 volumes, escritos em uma ordem totalmente estranha.

Sim, alguns podem até dizer que conhece, já que a obra tem (mais ou menos) sessenta anos de existência, entretanto, eu só descobri agora (descobri a América, pessoal, que emoção!). Resolvi começar pela ordem cronológica (o livro tem duas ordens de leitura, a de publicação e a cronológica, qualquer uma é recomendada). Então, li o primeiro livro “O sobrinho do mago” em 4 horas (isso num sábado, a noite). Depois resolvi ler “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa” no mesmo dia em que vi o filme.

Confesso que, apesar da história infantil, o livro me prendeu bastante, a ponto de eu querer ler os outros. O livro conta sobre um mundo que coisas fantásticas aconteciam, mas é contado de uma forma em que você consegue se prender. Percebi que não estou tão velho para ler esse tipo de história (é bom soltar a criança que há em nós).

A série é uma obra de C.S. Lewis e já possui 2 filmes (o terceiro saiu algum tempo depois da publicação original).

Dez anos depois, com a maturidade mais alta, o número de livros que li cresceu assustadoramente. E, a cada semana, quero trazer um pouco da experiência que tenho com esse maravilhoso mundo.

E você? Tem alguma história pra dividir conosco?

Créditos

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Defenestração – Luis Fernando Veríssimo

Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A Falácia Amazônica. A misteriosa Falácia Negra.

Hermeneuta deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.

– Os hermeneutas estão chegando!

– Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada…

Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisas recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto.

– Alo…

Traquinagem devia ser uma peça mecânica.

– Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.

Plúmbeo devia ser o barulho que um corpo faz ao cair na água.

Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração. A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca me lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um certo tom lúbrico.

Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:

– Defenestras?

A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas… Ah, algumas defenestravam. 

Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores profissionais. Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais? “Nestes termos, pede defenestração…”

Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-la usado uma ou outra vez, como em:

– Aquele é um defenestrado.

Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata.

Um dia, finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. “Defenestração” vem do francês “defenestration”. Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.

Ato de atirar alguém ou algo pela janela! Acabou a minha ignorância, mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?

Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo.

– Les defenestrations. Devem ser proibidas.

– Sim, monsieur le Ministre.

– São um escândalo nacional. Ainda mais agora, com os novos prédios.

– Sim, monsieur le Ministre.

– Com prédios de três, quatro andares, ainda era admissível. Até divertido. Mas daí pra cima vira crime. Todas as janelas do quarto andar para cima devem ter um cartaz: “Interdit de defenestrer”. Os trangressores serão multados. Os reincidentes serão presos.

Na Bastilha, o Marquês de Sade deve ter convivido com notórios defenestreurs. E a compulsão, mesmo suprimida, talvez ainda persista no homem, como persiste na sua linguagem. O mundo pode estar cheio de defenestradores latentes.

– E esta estranha vontade de atirar alguém ou algo pela janela, doutor…

– Hmm. O impulsus defenestrex de que nos fala Freud. Algo a ver com a mãe. Nada com o que se preocupar – diz o analista, afastando-se da janela.

Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela?

A basculante foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada.

Na lua-de-mel, numa suíte matrimonial no 17º andar.

– Querida… 

– Mmmm?

– Há uma coisa que preciso lhe dizer…

– Fala, amor!

– Sou um defenestrador.

E a noiva, em sua inocência, caminha para a cama:

Estou pronta para experimentar tudo com você!

Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada.

Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:

– Fui defenestrado…

Alguém comenta:

– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?

Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é porque resisti.

Lições sobre como voar

Introdução
O Guia do Mochileiro das Galáxias diz o seguinte a respeito de voar:
Há toda uma arte, ele diz, ou melhor, um jeitinho para voar. O jeitinho consiste em aprender como se jogar no chão e errar. Encontre um belo dia e experimente.

Primeiros passos: Se jogue!
A primeira parte é fácil.
Ela requer apenas a habilidade de se jogar para a frente, com todo seu peso, e o desprendimento para não se preocupar com o fato de que vai doer. Ou melhor, vai doer se você deixar de errar o chão.

Erre o chão!
Muitas pessoas deixam de errar o chão e, se estiverem praticando da forma correta, o mais provável é que vão deixar de errar com muita força. Claramente é o segundo ponto, que diz respeito a errar, que representa a maior dificuldade.

Problemas de quem não erra o chão
Um dos problemas é que você precisa errar o chão acidentalmente. Não adianta tentar errar o chão de forma deliberada, porque você não irá conseguir. É preciso que sua atenção seja subitamente desviada por outra coisa quando você está a meio caminho, de forma que você não pense mais a respeito de estar caindo, ou a respeito do chão, ou sobre o quanto isso tudo irá doer se você deixar de errar. É reconhecidamente difícil remover sua atenção dessas três coisas durante a fração de segundo que você tem à sua disposição. O que explica por que muitas pessoas fracassam, bem como a eventual desilusão com esse esporte divertido e espetacular.

A dica de ouro é: Distraia-se!
Contudo, se você tiver a sorte de ficar completamente distraído no momento crucial por, digamos, lindas pernas (tentáculos, pseudópodos, de acordo com o filo e/ou inclinação pessoal) ou por uma bomba explodindo por perto, ou por notar subitamente uma espécie muito rara de besouro subindo num galho próximo, então, em sua perplexidade, você irá errar o chão completamente e ficará flutuando a poucos centímetros dele, de uma forma que irá parecer ligeiramente tola.

Balance e flutue, flutue e balance!
Esse é o momento para uma sublime e delicada concentração. Balance e flutue, flutue e balance. Ignore todas as considerações a respeito de seu próprio peso e simplesmente deixe-se flutuar mais alto.

Foco!
Não ouça nada que possam dizer nesse momento porque dificilmente seria algo de útil. Provavelmente dirão algo como: “Meu Deus, você não pode estar voando!” É de vital importância que você não acredite nisso: do contrário, subitamente estará certo.

Aperfeiçoe seu voo
Flutue cada vez mais alto. Tente alguns mergulhos, bem devagar no início, depois deixe-se levar para cima das árvores, sempre respirando pausadamente.

NÃO ACENE PARA NINGUÉM.
Quando você já tiver repetido isso algumas vezes, perceberá que o momento da distração logo se torna cada vez mais fácil de atingir. Você pode, então, aprender diversas coisas sobre como controlar seu voo, sua velocidade, como manobrar, etc. O truque está sempre em não pensar muito a fundo naquilo que você quer fazer. Apenas deixe que aconteça, como se fosse algo perfeitamente natural.

A parte final: O pouso!
Você também irá aprender como pousar suavemente, coisa com a qual, com quase toda certeza, você irá se atrapalhar ― e se atrapalhar feio ― em sua primeira tentativa.

Clubes privados de voo – faça amizade com quem também está neste ramo.
Há clubes privados de voo aos quais você pode se juntar e que irão ajudá-lo a atingir esse momento fundamental de distração. Eles contratam pessoas com um físico inacreditável ― ou com opiniões inacreditáveis ―, e essas pessoas pulam de trás de arbustos para exibir seus corpos ― ou suas opiniões ― nos momentos cruciais. Poucos mochileiros de verdade terão dinheiro para se juntar a esses clubes, mas é possível conseguir um emprego temporário em um deles.

Texto retirado de “A vida, o universo e tudo mais”, componente da saga “O mochileiro das galáxias”, de Douglas Adams

Obs.: Nunca, jamais, em hipótese alguma, tente voar.

Como Enfrentar Thor

A festa inclinou-se e balançou, fazendo com que todos cambaleassem, exceto Thor e exceto Arthur, que olhava, tremendo, dentro dos olhos negros do Deus do Trovão.

Lentamente, inacreditavelmente, Arthur levantou o que pareciam ser seus pequenos punhos magrelos.

― Vai encarar? ― disse ele.
― O que disse, seu inseto nanico? ― trovejou Thor.
― Eu perguntei ― repetiu Arthur, incapaz de manter a firmeza na voz ― se você vai encarar? ― Moveu ridiculamente seus punhos.

Thor olhou para ele com total incredulidade. Então uma pequena nesga de fumaça subiu, saindo de sua narina. Havia uma chama bem pequena lá dentro também. Colocou as mãos no cinturão. Encheu o peito, só para deixar bem claro que aquele era um homem cujo caminho você só ousaria cruzar se estivesse acompanhado por uma boa equipe de Sherpas.

Desprendeu o cabo de seu martelo do cinturão. Segurou-o em suas mãos, deixando à mostra a maciça marreta de ferro. Dessa forma eliminou qualquer dúvida eventual de que estivesse apenas carregando um poste por aí.

― Se eu vou ― disse ele, sibilando como um rio correndo pelo alto-forno de uma refinaria ― encarar?
― Sim ― disse Arthur, com a voz súbita e extraordinariamente forte e belicosa.

Sacudiu os punhos novamente, dessa vez com firmeza.

― Vamos resolver isso lá fora? ― rosnou para Thor.
― Tudo bem! ― tonitruou Thor, como um touro enfurecia (ou, na verdade, como um Deus do Trovão enfurecido, o que bem mais impressionante), e saiu.
― Ótimo ― disse Arthur ―, ficamos livres dele. Slarty, nos tire daqui.

Créditos

Trecho retirado do livro “A vida, o universo e tudo mais”, terceiro da série “O mochileiro das galáxias”, de Douglas Adams

Quem era ela

A casa nº 1 de Folgate Street é muito peculiar: com sua arquitetura minimalista, com poucos móveis e cômodos que ligam uns aos outros sem portas. Para morar nesse lugar, você não precisa de muita grana, mas é preciso responder a um questionário longo que deve estar de acordo com inúmeras cláusulas, que vão desde a organização do local até estudos do cotidiano do inquilino. A casa tem uma tecnologia incrível, que deixaria qualquer programador boquiaberto. Em “Quem era ela”, conhecemos a história de duas moradoras, em épocas diferentes, semelhantes em sua aparência física, mas distintas na personalidade: Emma e Jane.

O livro

Pra quem gosta de uma história de fácil compreensão, vai amar a escrita de “Quem era ela” – A leitura é fácil, os capítulos são curtos e a história não é maçante. O livro não é grande – com pouco mais de 300 páginas e possui uma linguagem atual (o que não se é de estranhar, já que foi publicado em março de 2017).

Foi minha última leitura do ano e confesso que me prendeu bastante – devorei tudo em 4 (quatro) dias.

O livro é um thriller psicológico (o primeiro que li do gênero) e te induz a acreditar em certos acontecimentos, como quem é o assassino ou porque uma casa tecnologicamente incrível possui tantas falhas.

Quem era o autor – JP Delaney

JP Delaney é o pseudônimo do escritor norte-americano Tony Strong que já publicou, sob outras identidades, diversas obras de ficção. Quem era ela é seu primeiro thriller psicológico. Pelo menos, assim me disse o Google.

Quem era Emma Mathews

Emma, a garota de antes, namorada de Simon, quer se mudar de seu apartamento depois de ter sido assaltada. Ela deseja morar em um local seguro, mas só encontram um lugar assim em Folgate Street. Simon reluta, pois acredita não conseguir viver em local com tantas restrições, mas acaba cedendo devido às maravilhas tecnológicas que ela oferece e, também, devido ao grande amor que sente por sua namorada.

Quem era Jane Cavendish

Anos mais tarde, uma jovem, muito parecida à Emma, porém sem namorados, perde sua filha Isabel antes mesmo do parto. Por conta disso, larga seu emprego de alta remuneração e começa a trabalhar numa instituição de caridades para natimortos ganhando apenas um salário mínimo. Por conta disso, precisa morar num local barato que condiga com sua nova situação financeira. Ela encontra isso em Folgate Street.

Quem era Edward Monkford

Monkford, um arquiteto minimalista, perdeu sua mulher e seu filho antes mesmo de terminar sua casa em Folgate Street. Após tentar recomeçar sua vida no Japão, ele retorna, destrói toda sua casa e a reconstrói como seus sentimentos: uma casa completamente vazia por dentro, ideia que funciona e ganha prêmios, fazendo-o se especializar no ramo – tornando-o o melhor arquiteto minimalista que existe.

Folgate Street

Para morar numa casa como essa, é sabido que o novo morador deve se encaixar em uma lista de restrições, provadas por meio de um questionário e aceitos após uma entrevista. Entretanto, não funciona assim. Monkford é conhecido por ser muito detalhista e severo, exige diversas características de seus moradores, mas aceita apenas mulheres (seu ponto fraco) morando naquela casa (algo não-declarado). Isso é provado em dois momentos no livro: Emma derruba café em seus projetos, durante a entrevista, mas ele continua calmo e a aceita (mesmo sabendo que ela vai morar com Simon). Já Jane, a entrevista tem um período extremamente curto.

Edward Monkford ou Christian Grey?

Após ler o último livro da saga “50 tons”, a última coisa que eu desejava era um livro como tal. Acabei indo ao encontro de Edward Monkford, que pouco difere de Christian Grey: Um cara bonito, extremamente rico, controlador, de hábitos minimamente trabalhados (como quando ele pergunta a Jane se seus temperos são organizados de forma alfabética ou data de validade), além de exigir que suas inquilinas tenham o mesmo hábito de organização. Dificilmente se irrita – sempre se mostra calmo, com palavras bonitas, prontas para seduzir seu alvo (ou seja, mulheres bonitas), mas quando não correspondem aos seus agrados (e isso vale pra qualquer personagem), irrita-se de forma exagerada e desnecessária.

Falando em mulheres, vemos novamente características semelhantes às de Grey – Todas as mulheres que ele se relacionava tinha o mesmo padrão físico. Ele possui um relatório sobre elas (alimentação, exercícios físicos, o que pesquisam na internet) e as controlas de forma que muitas vezes as fazem acreditar que elas é que estão erradas.

Também há conteúdo implícito de sadomasoquismo (na história de Emma).

Nota: a partir daqui, começam os spoilers

Vamos conversar um pouco sobre Emma

Emma é apresentada ao público como a coitadinha que foi assaltada e estuprada por Deon Nelson, que já foi condenado algumas vezes por roubo a residências. Por conta disso, ela começa a se tratar com a psicóloga Carol Younson para se aliviar do trauma. Infelizmente, há muita coisa por trás e Emma vai se revelando mais vilã do que heroína – Com o caso seguinte adiante, percebemos que boa parte de sua história é falsa e isso vai tomando proporções tão grandes que sua confiança se perde.

No princípio, ela namora Simon, um cara louco por ela que só falta beijar o chão que ela pisa. Mesmo ficando um pouco furioso com a história do estupro, ele continua ao lado dela, mas ela decide terminar o relacionamento, após a confissão dele de que no dia do assalto, estava numa boate de Strip com seu amigo Saul, casado com a melhor amiga de Emma, alegando que há muito tempo o relacionamento não estava dando certo.

Após isso, Emma e Monkford iniciam um relacionamento, tido como algo breve e descompromissado por ele.

Vamos conversar um pouco sobre Jane

Apesar de Jane ser fisicamente parecida com Emma, sua personalidade é diferente: Ela se mostra mais ponderada com as coisas e não tem um estilo tão sofisticado quanto o de Emma. Mentalmente, ela é mais forte também, e, apesar de também ter um relacionamento com Edward, não se rende a todos os seus caprichos.

Jane tenta descobrir mais sobre a vida de Emma e é aí que o livro se mostra incrível: ele conta as duas histórias de forma simultânea, para que o leitor possa acompanhar o progresso das duas.

Jane se aproxima de vários conhecidos de Emma que, por alguma razão, se deram mal nas mãos de sua “gêmea” do passado (Saul perdeu o emprego, Simon a própria namorada, o Detetive Clark perdeu seu emprego, entre outros). Cada um tem uma história e um ponto de vista diferente sobre Emma, o que acaba confundindo a protagonista e também nós, pobres leitores.

Paralelamente a essas pesquisas, Jane também tem sua história: como o caso em que sua filha morreu no parto e ela vai atrás do hospital junto de sua amiga Tessa, além de seu caso com Monkford, mesmo desconfiando que ele possa ser o assassino tanto de Emma quanto de Elizabeth (sua primeira esposa).

Conclusão

Posso ter dado alguns spoilers sobre a trama, mas quero deixar algumas coisas registradas a respeito:

1º Ler um thriller psicológico é maravilhoso: quando você pensa que está desvendando algo, vem o livro e te joga uma história completamente diferente na cara.

2º Jane é uma protagonista que me encantou (ao contrário de Emma), por conta de sua personalidade forte e por bater de frente com Edward em algumas cenas (torci muito pros dois não ficarem juntos).

(Alerta de spoiler agressivo) Alguns pontos, como a morte da mulher e do filho de Edward tiveram um desfecho muito idiota. A impressão que eu tenho, é que o autor quis colocar o milionário como um homem correto, mesmo que todos os personagens tenham apontado indícios para o contrário. É como se todos os defeitos dele fossem apenas decoração do livro.

4º A falta de pontuação nos diálogos da parte de Emma foram algo que eu não entendi (sinceramente, não fez nenhuma diferença na história).

5º JP Delaney e E. L. James trocavam figurinhas

Se você tiver a oportunidade, leia-o. Você vai se surpreender com a história!
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Como enfrentar Thor

A festa inclinou-se e balançou, fazendo com que todos cambaleassem, exceto Thor
e exceto Arthur, que olhava, tremendo, dentro dos olhos negros do Deus do Trovão.
Lentamente, inacreditavelmente, Arthur levantou o que pareciam ser seus pequenos
punhos magrelos.
― Vai encarar? ― disse ele.
― O que disse, seu inseto nanico? ― trovejou Thor.
― Eu perguntei ― repetiu Arthur, incapaz de manter a firmeza na voz ― se você
vai encarar? ― Moveu ridiculamente seus punhos.
Thor olhou para ele com total incredulidade. Então uma pequena nesga de fumaça
subiu, saindo de sua narina. Havia uma chama bem pequena lá dentro também.
Colocou as mãos no cinturão.
Encheu o peito, só para deixar bem claro que aquele era um homem cujo caminho
você só ousaria cruzar se estivesse acompanhado por uma boa equipe de Sherpas.
Desprendeu o cabo de seu martelo do cinturão. Segurou-o em suas mãos, deixando
à mostra a maciça marreta de ferro. Dessa forma eliminou qualquer dúvida eventual de que
estivesse apenas carregando um poste por aí.
― Se eu vou ― disse ele, sibilando como um rio correndo pelo alto-forno de uma
refinaria ― encarar?
― Sim ― disse Arthur, com a voz súbita e extraordinariamente forte e belicosa.
Sacudiu os punhos novamente, dessa vez com firmeza.
― Vamos resolver isso lá fora? ― rosnou para Thor.
― Tudo bem! ― tonitruou Thor, como um touro enfurecia (ou, na verdade, como
um Deus do Trovão enfurecido, o que bem mais impressionante), e saiu.
― Ótimo ― disse Arthur ―, ficamos livres dele. Slarty, nos tire daqui.

 

Retirado do livro “A vida, o Universo e Tudo Mais”, de Douglas Adams (3º livro da série “O mochileiro das galáxias”)