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O paizão Darth Vader

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Memes antigos

Oi, galera =)
Bora ver uns memes antigos?

  1. Fazendo anjo, manda pra mim

2. Minha casa, minha vida – e eu decoro como eu quiser

3. Entendendo a piada – é, eu demoro

4. Chove lá fora, aqui dentro…

5. Só quem é pai ou mãe que entendem

Um ótimo fim de semana pra todos!

A Herança Mais Rica

Sou filho de um fazendeiro rico, renomado, cheio de terras e cabeças de gado. A mim, nunca faltou nada, sempre pude ter de tudo em minha vida, desde os tempos em que ainda dirigia um belo e luxuoso carro – de brinquedo. Sempre gostei de andar a cavalos, mas nunca tive paciência para alimentar ou cuidar de meus próprios animais, afinal, somos ricos, temos empregados para isso.

Meu pai, apesar de toda sua grana, sempre foi um homem bem humilde, de muitos amigos verdadeiros, tratava todos bem, independente de quanto tivessem dinheiro. Para ele, todos eram como seu igual, com todos possuía boa prosa e quando algum caboclo se fazia de humilde para conseguir alguma grana do velho, logo era embevecido das sábias palavras de meu pai.

Quando este meu pai saía de manhãzinha para tirar leite da vaca e cuidar de seu plantio – sim, apesar de inúmeros empregados, ele botava a mão na massa – chegava eu todo suado da balada regrada de bebidas e pessoas que eu sabia que não me amava. Pois o importante para mim era o status que aquela High Society me proporcionava, por conta dos louros que me eram herdados.

Como era filho único, não tinha com quem competir. Meu pai vivia por suas terras, por isso, restava a mim a parte mais chata da labuta – a de gastar o verde fruto que papai me dava. Ele olhava a toda aquela cena insatisfeito, mas preferia não me proferir uma só palavra, pois ele sabia que delas se faziam ventos e sumiam para o alto das montanhas nevadas.

Mas, um dia ele reuniu forças e me pediu alguns minutos, antes que pudesse sair para outra noitada. Apesar de sempre saber quais pontos tocar com suas palavras, ele sabia que seu filho era um bicho indomado, então aquele momento sempre foi evitado. Entretanto, meu pai já estava velho e cansado e já não sentia tão bem suas pernas, mas reconhecia que era hora de me olhar no fundo dos meus olhos e me dizer tudo que ali dentro estava guardado. Então, ele começou a dizer:

— Filho, ouve bem minhas palavras. Já não tenho mais tanto tempo nesta terra e só tenho a ti para tomares conta de tudo o que tenho. Conhecendo-te bem, sei que não farás jus à herança que te deixo, sei que seguirás com tua vida de bebedeiras, farras e pessoas vazias. Seguirás por esse caminho, enquanto deixarás nossas terras nas mãos de nossos empregados. Aos poucos, tudo se findará e não terás mais ninguém a quem possa te acompanhar. Por conta disso, quero te pedir um favor.

— Tudo o que você quiser, meu bom pai.

Mesmo tão sábio, acreditava que o fim da vida estivesse começando a afetar a mente de meu pai. Ele dizia aquilo como se eu fosse gastar tudo em tão pouco tempo. Sei bem o que estou fazendo, pois já sou um homem vivido e sei me cuidar. Ele foi rumo ao celeiro, onde já não havia galinhas. Entrou, mostrou-me uma forca presa naquele teto de madeira, posto há pouco pelos próprios empregados.

— Vês esta forca? Quero que a use quando te arrependeres de tudo o que perdeste, de não ter escutado teu pai, tão pouco de não teres aprendido as coisas que tentei te ensinar. Quero que me prometas como um último desejo que te faço.

Ria por dentro. Tinha certeza de que papai já estava se entregando a seus últimos momentos, mas prometi, pois sabia que nada aconteceria à fortuna que ele me deixara. Mas, apesar de tudo, eu o respeitava e lhe homenageei da melhor forma que pude dando-lhe um funeral digno, com todos que ele amava, com a melhor banda da cidade e com flores e adornos que ele colecionava. E quando o caixão se fechou, sabia que havia sido enterrada junto a minha melhor parte.

O tempo passou. Aos poucos, o que meu finado pai me disse, foi acontecendo. A grana já era escassa, os empregados já haviam partido, os amigos já não estavam comigo, as terras não eram tão férteis. Eu, antes um belo homem, fui me desleixando da aparência, tomado por uma preocupação gigante. Dormia inseguro, com medo de o amanhã me devorar. Já não via mais sentido no que antes eu acreditava.

“Poxa, pai, foi como o senhor me disse. Todos se foram e aqui vivo solitário, sem qualquer rumo pra tomar. Se tivesse te escutado em vida, talvez tivesse sido um grande homem como você foi. Talvez eu tivesse algo pra compartilhar”.

Então, lembrei-me da forca, posta no celeiro há alguns anos pelos nossos antigos empregados. Um pouco trêmulo, fui caminhando lento por aquele pasto. Olhei ao redor e parei por um tempo. Na fazenda, não havia horta ou flores ou bichos ou qualquer sinal de vida. Suspirei de lamento pelo que o único culpado ali presente havia feito. Então, de cabeça baixa, segui para o celeiro. Abri a porta e ali estava.

O coração batia forte e a forca me encarava. Peguei um banquinho e o posicionei logo abaixo. Então, fiz o que deveria ser feito e dali pulei. Senti um aperto, o corpo entrando em desespero. De repente, um estalo. A corda estava bamba e eu estava no chão. De repente, um monte de pérolas, diamantes, rubis, esmeraldas e outras pedras preciosas caíam sobre mim. Então, vejo um bilhete no meio de todas aquelas pedras, abro e o leio:

— Aqui está tua segunda chance. Faça valer. Te amo, meu filho. Seu já finado pai.

Abri um sorriso gigante enquanto uma lágrima caía. Esse era meu pai! Mesmo depois de ter partido, era mesmo um velho sábio.

 

Texto: “Pai nunca desiste” numa nova versão, numa nova visão

Não há flores em setembro

Quando eu era apenas uma criança, vi meu pai sair enfurecido de casa com as malas nas mãos. Ele gritava com minha mãe, que chorava tão alto que os vizinhos podiam ouvir. Meu pai se foi e minha mãe ficou ali, sem dizer uma palavra. Eu, com tão pouca idade, mal entendia o que acontecia, enquanto nos envolvíamos naquele doloroso abraço. E, pela primeira vez, setembro não floresceu.

Por um bom tempo, ela sempre me dizia que tudo estava bem, que a vida era feita de altos e baixos e o passado havia ficado para trás, mas eu não sentia firmeza em sua voz e suas ações se perdiam em seus pensamentos sofridos. A solidão a abraçava todas as noites e o travesseiro era o único conforto para seu choro quase silencioso.

Os anos se passaram lentamente e nunca mais vi mamãe amar de novo. Ela desistiu de seu coração partido, enquanto se esforçava em ser a melhor mãe do mundo. Eu me tornei, tão jovem, o homem da casa e prometi protegê-la smpre, mas no auge dos meus quinze anos, o que eu entendia sobre maturidade, se por tantos anos nunca soube o que era ter uma figura masculina ao meu lado, que me ensinasse, por seus olhos, o que a vida era?

Mas ele não estava lá no meu primeiro dia de aula, ele não estava lá quando ralei meu joelho no futebol, ele não estava lá quando tive minha primeira namoradinha, nem quando chorei por ter pedido meu primeiro amor. Ele não estava lá na minha primeira apresentação de violão e nem estava lá para me ensinar a fazer a própria barba. Ele nunca esteve quando precisei, eu não precisava mais dele para amadurecer. Eu apenas seria quem gostaria de ser.

Os anos continuaram se passando e me tornei um homem direito, com responsabilidades e um bom emprego. Minha mãe também aprendeu com o tempo que podia seguir sozinha e, mesmo com tantas cicatrizes em seu coração, continuou a seguir com todo o seu carinho. Sem rancores, sem lamentos, ela voltava a sorrir, mesmo sabendo que algo lhe faltava. Eu sentia isso. E também sentia que me algo faltava, mas eu nunca mais derramei lágrimas para aquele senhor.

Eu só não queria que o destino me pregasse uma peça, quando, anos mais tarde, encontro aquele homem, sentado no chão, em vestes de mendigo, levantando sua mão para mim, perdido no álcool, pedindo-me dinheiro. Naquele momento, nossos olhos se encontraram e ele me reconheceu. Estávamos em lágrimas. Muita coisa se passou na minha cabeça e, por um instante, congelei. Agora eu lutava contra meu orgulho e meu passado e não me permitia escolher se ia embora ou se lhe estendia a mão em busca de um recomeço.