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Mensagens Profundas do Dia (2)

Vou fazer algo um pouco diferente do que estou habituado no blog. Algumas mensagens para começar bem esta sexta-feira maravilhosa. Um abraço a todos!

Eu, a solidão e meu velho violão

Somente eu, a solidão e meu velho violão neste mundo. Meu ser abençoado caminha por estas terras procurando cada lágrima de sofrimento que cada pessoa por eu encontre carrega.

A minha missão por aqui é um pouco diferente da sua. A minha missão é transformar cada uma destas lágrimas de tristeza em alegria. É transformar cada coração fechado em um disposto a amar. É levantar cada caído e fazê-lo voar.

Algum tempo por aí, eu também estive triste. O meu coração clamava por alguém que lhe respeitasse, mas por um tempo ele não pode ouvir uma resposta. Ele nunca pode se dividir com um semelhante. E ele entendeu que assim seguiria.

Mas o que ele não poderia aceitar era outro coração como ele. E por estas estradas que caminhamos, eu, ele, o violão e a nossa solidão, não mais haveria um olhar triste, não mais haveria um céu sem estrelas. Não mais haveria uma lágrima sem boa razão.

Meu coração sempre me disse que não devemos machucar as pessoas, devemos amar e cuidar delas. Meu coração, que irônico, que tanto se partiu e precisou de um bom tempo para colar cada pedacinho, me pede para dar forças a quem precisa. E para lá fomos: para estender as mãos para outro coração partido.

Eu não quero e não posso mais te ver assim, meu amigo. Sua história ainda não teve seu fim, como esta canção que tenho composto pelas minhas estradas. Estradas que ando com meu violão e minha solidão. Solidão esta que não sabe o que é estar só, por ter adotado tantos corações solitários dispostos a encontrar suas próprias luzes.

E é por estas estradas que eu sigo, sozinho. Eu, meu violão e meu velho coração solitário.

Prólogo – Serenata

(…)

Mais tarde, naquele mesmo dia, eles voltaram para seu humilde lar, de poucos cômodos, uma lareira na sala e uma escada próximo à cozinha. Eles sobem. No andar de cima, dois quartos, um corredor e um pequeno banheiro. Eles entraram no quarto de Vinícius que logo entrega um violão a Matheus, encontrado numa pilha de roupas sujas.

O lugar cheirava a pizza e tênis velho e era impossível não reparar na bagunça. Algumas formigas também poderiam ser vistas em algum canto e, quem sabe, uma baratinha, de vez em quando.

  • Seu chiqueiro está cada dia melhor – diz Matheus reparando no quarto, enquanto pegava o violão – daqui a uns dias invade meu quarto também.
  • É o mal de quem nunca tem tempo pra nada, você sabe – justificou Vinícius.
  • Meu tempo também é escasso e nem por isso chega a esse nível – retrucou Matheus – se as garotas conhecessem esse seu lado, você morreria solteiro.
  • Por isso que sempre as levo pra um lugar mais arrumado – dizia Vinícius, enquanto dava uma piscada sutil para ele.
  • Ah, seu safado! – diz Matheus agitando o amigo.
  • pensando que seu brother é bobo? – diz Vinícius no mesmo tom.

Os dois caem na risada. Vinícius sempre foi um rapaz namorador, de muitas mulheres, ao contrário do amigo sempre tão tímido.

  • Mas, e aí, meu parceiro? Vamos tirar a teia de aranha dessa velharia e soltar o cantor que há em você? – Desafiava Vinícius.
  • Que papo mais estranho é esse, brother? – Zoava Matheus.

Então, daqueles ágeis dedos começavam a soar velhas canções, mostrando que seu talento apenas estivera adormecido. Durante uma dúzia de anos, Matheus dedicou-se à música aprendendo com alguns velhos professores que procuraram esse emprego após terem se aposentado. Vinícius, por outro lado, preferiu aprender outras artes, como a de cozinhar e a de lutar.

  • Ok! Agora vamos compor um pouco – sugeriu Vinícius.

Então, madrugada a dentro, ambos compuseram. Apenas se escutavam duas vozes masculinas, um violão, um lápis, pontas quebradas e a borracha deslizando pela folha, amassando-a por várias vezes. Quando finalmente o galo cantou, o sono os nocauteou.

Na manhã seguinte, ou melhor, na tarde seguinte, após se servirem de um belo almoço feito pelo próprio Vinícius (que, sem dúvidas, estava uma delícia), eis que o bom cozinheiro sugere a seguinte ideia:

  • Falta algo na sua melodia e acredito que alguns amigos músicos podem nos ajudar. Lembra-se de Fernando? Ele é violinista agora.
  • Aquele cabeludo? Poxa, um rapaz tão tímido! Jamais pude imaginar.
  • Pois é! Começou a compor depois que se divorciou. Passou um tempo numa terrível depressão e a música o ajudou. Hoje ganha uma boa grana tocando numa banda de rock clássico. A banda se chama ‘The Pedrocks’. Mas, acredite, foi um tanto difícil convencê-lo a sair da fossa. Trouxe-nos muitos problemas durante um tempo, mas jamais o abandonamos.
  • E pensar que ele sempre foi uma criança tão alegre, educada, inteligente, apesar de muito tímida.
  • E muito criativa – completou Vinícius – diga-se de passagem.

Vinícius liga para o violinista, enquanto Matheus pega o celular do amigo em busca de mais algum contato que possa ajudá-los. Depara-se com um jovem sentado, de pele parda, cabelos por se escovar, óculos escuros, calça laranja e apoiando uma guitarra em suas pernas como se estivesse tocando. Matheus não o reconhecera, mas acreditou que este seria de grande valia.

Após Vinícius desligar o telefone e informar ao amigo que em menos de uma hora Fernando chegaria, Matheus mostrou-lhe a foto que havia visto e perguntou a identidade do então desconhecido.

  • Grande Marcelo! Conheci essa figura pelos bares da vida. Um guitarrista de primeira.
  • Você tem um amigo que eu não conheço? – Indagou Matheus.
  • Digamos que foi num dos meus momentos de fossa – começou Vinícius.

Matheus lhe deu um olhar meio chateado, percebendo que uma parte da história do amigo ainda era desconhecida.

  • O que foi?
  • Você tem um amigo que eu não conheço? – Matheus repetiu num tom mais alto.
  • Poxa, eu também tive meus tempos de solidão. Naquela época, quando eu terminei com… bem, você sabe. Eu não queria ver ninguém. Vivia bebendo pelas noites. E numa dessas, eu o conheci. Sua guitarra e sua banda me trouxeram de volta à lucidez. Foi assim que nos tornamos amigos.
  • Quer dizer que ao invés de você pedir ajuda a mim, você foi desabafar com um desconhecido? – Matheus já começava a ficar um pouco sério.
  • Não vamos brigar por isso agora, meu chapa. Deixemos essa história pra depois. Agora temos que nos ocupar com sua canção – Vinícius tentava acalmar Matheus.

Após uma longa pausa, mas planejando conversar sobre aquele fato desconhecido, Matheus finalmente solta:

  • Isso explica as manhãs em que você chegava bêbado e as noites que você se trancava no quarto.

Vinícius, apesar de ser um cara mais sociável, tinha uma característica curiosa: sempre que passava por um momento ruim, que lhe causasse grande dano sentimental, preferia se recolher à própria bolha que ele chamava de ‘insignificância humana’. Era um período em que ele comia pouco, bebia muito, dormia pouco, chorava muito, falava pouco, brigava muito, mas, na maior parte das vezes, mantinha-se isolado. Matheus sabia disso e, por muitas vezes, preferia não mencionar nada sobre o assunto tampouco incomodá-lo, até que tudo voltasse ao normal.

Todavia, não era esse um dia ruim. Era o de grandes ideias e boas composições. Matheus questionava ao amigo como Marcelo tocaria guitarra sabendo que na rua não haveria tomada, mas Vinícius já tinha uma resposta:

  • Marcelo tem uma caixa potente de som portátil. Ele a carrega para qualquer lugar. Alimenta-se de uma bateria capaz de aguentar um dia inteiro de trabalho. E sei que ele pode dar vida a nossa melodia. Vai se impressionar com seu talento.
  • Mas é a guitarra ou o Marcelo que se alimenta de bateria? – Brincou Matheus.
  • Idiota! – Disse Vinícius, acertando-lhe o travesseiro no rosto, fazendo-o cair na cama.

E com o passar do tempo, eles foram aperfeiçoando o arranjo até que finalmente põem um fim na composição. Já estava decidido que na noite de sexta-feira seria feita uma bela serenata a Lina. Teriam três dias para treinar. Matheus fez todos os exercícios possíveis com a voz para não fazer feio. Os outros, que compareceram nos dias seguintes de treinamento, não deixavam de checar a qualidade dos instrumentos.


Chega a grande noite. Os rapazes começam a organizar os instrumentos em frente à casa de Lina, uma casa de dois andares, tendo o quarto da jovem mulher uma sacada de frente para uma praça bastante arborizada e iluminada. A rua não era muito movimentada, o que não impediu que a banda se instalasse ali. Enquanto eles se arrumavam, a multidão parava próxima a eles, curiosos.

Hora de ligar os instrumentos. A banda começa com um toque suave e Matheus, no microfone, começa um pouco tímido no vocal. Vinícius assumiu a posição de violonista, enquanto os outros tomavam suas respectivas posições.

Então, a música começou a soar pelo quarteirão.

Lina, usando um conjunto de moletom lilás (fazia frio naquela noite), saiu na sacada, esfregando os olhos e tentando entender o que acontecia ali embaixo, estando ainda dominada pelo sono. Aquela barulheira despertou a curiosidade (e a ira) de alguns vizinhos. Os pais de Lina também apareceram na sacada ao lado.

O pai de Lina, Valtênio, é um senhor de quase sessenta anos, negro, usa bigode, é grande e gordo. O seu semblante demonstra que está quase sempre de mau humor. Tratando-se da filha, então, é capaz de fazer até o homem mais forte da academia sair correndo.

A mãe, Tereza, é apenas dois anos mais nova que o marido. De pele parda, baixinha, com algumas gordurinhas localizadas, possuía, naquele momento, uma feição assustada. Estava de bobes e uma camisola que lhe batia no calcanhar.

Lina era negra como o pai. Magra, seu rosto lembrava muito ao da mãe. Era pouco mais alta.

E o quarteto continuava a tocar.

Lina estava espantada com a banda ali embaixo, mas feliz. Quando se deu conta de quem era o dono daquela voz, pôs-se muito animada, o que não agradou ao pai. A mãe, prosseguia com a mesma reação.

De repente, o pai de Lina sai da sacada. A banda continuava a tocar, Lina se debruçava na sacada para vê-los melhor, mas ela não teve uma visão muito agradável, quando, após alguns minutos, todos eles foram molhados por um balde jogado por Valtênio, que gritava furioso para que eles fossem embora. E eles foram, mesmo aos gritos de protesto da filha:

  • Pai, como pode? – ela voltou para o quarto chorando.

E ele sabia que na manhã seguinte, a moça reclamaria por essa atitude tão hostil que vem se repetindo ao longo dos anos. Por essa mesma razão, Lina, que sempre sonhou em se casar com um rapaz romântico, nunca pode experimentar o toque de um beijo. Seu pai era muito protetor, por isso, atitudes de tipo não eram bem-vindas.

Quando voltaram para a casa de Matheus e Vinícius, conferiram o funcionamento dos instrumentos e trocaram suas roupas por outras secas, eles comentaram sobre o incidente.

  • Brother! Espero que ela não tenha puxado o pai, senão todas as brigas de vocês terminarão com um banho bem gelado – brincou Vinícius, todos riram.
  • Na minha opinião, a garota gostou, mas eu recomendaria que vocês fossem a um lugar mais tranquilo, longe daquele mal-humorado – aconselhou Fernando.
  • Também sim, mas preciso bolar algum plano para tirá-la de lá. Também preciso de um bom lugar para levá-la, que não a assuste – disse Matheus.
  • Quanto ao lugar, não há problemas – disse Marcelo. – Há um campo florido há poucos quilômetros da cidade. É um lugar bem tranquilo e seguro.

Marcelo descreveu o campo a Matheus, enquanto Vinícius e Fernando bolavam um plano de como ‘sequestrariam’ a garota. Resolveram estudar a rotina da família.

Então, o plano foi o seguinte, executado dois dias depois:

Na parte da manhã, os pais saíram para trabalhar, deixando a moça sozinha. Marcelo foi até a casa dela, tocou a campainha e conversou por alguns instantes com a garota. Levou-a para onde estavam Fernando e Vinícius e, logo que os reconheceu, abriu um sorriso, já o desfazendo lembrando-se do ocorrido na última noite.

  • Peço desculpas a vocês. Meu pai não gosta de romantismo e acha que a filha não é madura o suficiente para receber uma singela serenata, não importa de quem seja.
  • Tudo bem, nos divertimos muito naquela noite – respondeu Vinícius.

Os rapazes se despediram, deixando apenas Matheus e Lina a sós. Matheus sugeriu que fossem a algum lugar mais tranquilo para que pudessem conversar melhor, convencendo-a de que ainda havia uma surpresa para ela.

  • Surpresa? Pra mim? O que seria? – Perguntou Lina, curiosa.
  • Ok! Vou te contar para acabar logo com isso.

Lina olhou fixo nos olhos de Matheus aguardando o término de seu silêncio, até se dar conta de que ele não falava sério.

  • Ah, , é surpresa! – Disse Lina, desapontada.

Matheus riu.

  • Confie em mim!

Matheus pegou uma venda escura. Lina se mostrou assustada. Afinal, qual o motivo de se ter uma venda naquele momento?

  • Tudo bem! Mas, se for algum tipo de pegadinha, digo a meu pai que você me sequestrou e não me importarei nem um pouco com as consequências.
  • Tenho cara de sequestrador por acaso?

Ambos riram, até que Lina ficou completamente séria e disse:

  • Sim, você tem!

Por um instante, Matheus manteve em si um semblante de preocupação.

  • Também sou boa em assustar as pessoas – disse Lina com tom sarcástico, rindo logo em seguida.
  • Garota! Nunca mais faça isso, por favor. Senti meu coração parar de bater.

Lina deu uma leve piscadela antes que o rapaz colocasse aquele tampão gigante em seu rosto.

Depois, eles entraram no carro (claro que ela precisou de ajuda para não tropeçar). A estrada não era muito favorável, pois era cheia de buracos o que, algumas vezes, fez Lina dar um pulo de quase bater a cabeça no teto.

  • Que estradinha terrível! É pra isso que pagamos nossos impostos? – reclamou Lina entre um pulo e outro.
  • É uma lei pra ajudar os mecânicos. Quanto mais estradas, mais serviço pra eles. – brincou Matheus.

Ambos riram. Foram conversando um pouco até estacionarem em seu destino. Claro que podemos apreciar um momento de gentileza por parte do jovem apaixonado. Também pudera, já que, se ele não tivesse feito isso, a moça vendada permaneceria sentada por muito tempo.

E a venda foi retirada. A vista era de um lindo campo com rosas brancas muito bem cultivadas, árvores que faziam sombras frescas próximas a uma represa, onde o gado matava sua sede, além de uma tenda, uma toalha vermelha esticada sobre a grama com frutas, pães, bolos, sucos, café, chá, tortas e outras delícias que foram preparadas pelo guitarrista Marcelo.

  • Uau! Essa vista é linda! – Disse Lina, surpreendendo-se.

Uma bela cena romântica. Matheus lhe dera o braço e ambos caminharam para o piquenique. Conversaram, riram e contaram um pouco da própria vida. Eles já se conheciam havia um tempo, mas apenas de vista. Lina nutria uma paixão platônica pelo rapaz há mais tempo que ele, mas como seu pai era bastante rigoroso, nunca teve coragem de começar qualquer conversa saudável com o rapaz. Já ele, tão tímido, não sabia como se declarar, até que seu melhor amigo lhe desse um pequeno empurrão, sugerindo-lhe uma serenata.

E agora ambos estavam ali, saboreando um delicioso banquete. Então, depois de tanto conversarem e se darem por satisfeitos, Matheus escorou-se na árvore, deitando-a sobre seu peito. Enquanto ele acariciava seus longos cabelos, puxou um livro e começou a ler. Era uma história romântica de um príncipe que se apaixonava por uma plebeia.

  • É muito triste como a sociedade julga um amor desses por conta da diferença de grana. Que bom seria se cada casal pudesse criar sua história de amor do seu jeito, sem os olhos críticos desse tigre faminto que tanto só vê o ódio onde não deveria estar – Lina refletiu por uns instantes.
  • Sim, tão triste quanto um pai que não permite que sua filha faça um homem o mais feliz de todo o planeta. Se ele soubesse ao menos que ela também desejar criar sua própria história de amor, assim como ele um dia o fez. Se ele ao menos soubesse que esse homem cuidaria muito bem dela e a faria muito feliz.

E foi nesse instante que ela se levantou do peito de Matheus, olhou-o nos olhos e perguntou:

  • Será que eu conheço bem essa história?
  • Será que não está na hora de nós criarmos a nossa história?

E eles se olharam por alguns instantes. Lina abaixou seu olhar, dando-lhe um sorriso. Finalmente, disse:

  • Sim! Deveríamos. Deveríamos construir essa história juntos.
  • Eu estou disposto a transformar nossos corações em um.

E a orquestra da natureza não parava: Era o vento soprando as folhas das árvores e da relva tão bem cortada, o gado pastando e bebendo sua água, os pássaros cantando felizes enquanto sobrevoava aquela área e os macacos brincando entre tantos galhos, sem se preocuparem com nada.

De repente, tudo ficou em silêncio. Quase tudo. De longe, ainda se ouvia uma orquestra de uma nota só: ali, naquela paisagem tão encantadora, nascia o primeiro beijo.

Firework

Hoje acordei com mais uma missão: ajudar um grupo de pessoas abaladas pelo mal da sociedade: o julgamento. Ela não é feliz e quer que nenhum ser vivente seja. Mesmo que deem o seu melhor, sempre haverá algo de errado. Entenda: o erro está neles.

Quanta gente. Nenhuma alegria. Esses olhares tristes me dão certo frio na espinha.

“Vocês estão todos aqui pelo mesmo motivo?” – Perguntei.

A resposta foi única: Não! Cada um alegava uma dor diferente.

  • Minhas amigas são todas magras, saradas, enquanto estou 25kg acima de meu peso. Não consigo um namorado e todos me apelidam de algum animal pesado.
  • Tenho apenas 9 anos e tenho câncer. Meus colegas de escola têm medo de se aproximarem de mim, pois não querem se contagiar com minha doença incurável.
  • Todos os homens da minha família são bem-sucedidos. Eu não. Meu carro é antigo, ganho um salário que mal paga minhas contas, tenho quase 40 e não me casei.
  • Sou gay. Perdi meus amigos quando me assumi, minha família mal fala comigo e os que ainda tentam, dizem que devo me curar, se eu quiser ser salvo ou se eu não quiser apanhar pelas ruas.
  • Sou negra. Tratam-me como uma escrava, como um ser inferior. Já tentaram me estuprar, dizendo que eu vim a esse mundo apenas para servir.
  • Minhas tatuagens e meus piercings não me permitem arrumar um bom emprego, tratam-me como um criminoso, mesmo que minhas atitudes sejam executadas pensando no bem do próximo.

Eram problemas diversos, mas todos provindos de uma mesma razão: a sociedade não os aceitava por serem diferentes. Pressão, por não estarem num padrão. São tantas palavras ruins que é impossível não se sentirem como um frágil castelo de cartas, facilmente derrubado com um sopro.

Com alto e bom som, iniciei meu discurso:

“Prestem atenção no que tenho a dizer! Vocês estão se permitindo afundar num mar de sangue e lágrimas que lhes puxam sem qualquer piedade. Tem sido uma luta difícil com tantos obstáculos, já presentes numa velha rotina. Precisamos sair disso, juntos!

Fechem seus olhos. Tudo está tão escuro, não é? Se vocês repararem bem, perceberão um pequeno ponto de luz, ao longe. Caminhem até ele, façam-no crescer até que sejam capaz de senti-la.

Todos aqui tem algo especial que o torna único. Talvez você ainda não tenha descoberto qual o propósito de seguirem por essa jornada. Eu sugiro que tentem, quebrem mais a cara, arrisquem-se mais. Talvez vocês percam a fé por ser algo tão trabalhoso e não verem um resultado tão breve, mas sei que cada um de vocês aqui hoje, começando pequenos ou não, vão surpreender cada pessoa que teve a audácia de julgá-los, de desacreditarem e dizerem que foram fracos.

E quando vocês reencontrarem a fé, esse pequeno ponto os envolverá. Esse pequeno ponto é a luz que os faz brilhar, que os faz pessoas melhores, que os faz olharem nos olhos de cada um e dizer: eu sou capaz, eu sou vitorioso. E essa luz, brilhando em você, se explodirá no céu, como fogos de artifícios, admirando a todos esses olhos que não fizeram parte de sua luta.

Agora vão! Lutem! A vida é muito curta para vocês lamentarem seus fracassos. É hora de se desafiarem, é hora de conquistar seus troféus, é hora de vencerem.”

À sociedade julgadora, um apelo: vamos parar com as críticas e elogiar mais, ajudar mais, olhar o que há de melhor nas pessoas e fazer desse um lugar melhor para viver? Reflita sobre esses atos. Eu acredito que possamos mudar e fazer a diferença, então: vem comigo. Vamos limpar essa bagunça que deixamos em nossos quartos.

Best of You

Ei, eu sei que errei, mas será que eu posso te pedir apenas um minuto de atenção?

Lá se vai partindo o idiota novamente que fica aqui, com as próprias palavras, se arrependendo de uma ação impensada, mesmo depois de tanto tempo. Sim, esse sou eu, sendo obrigado a recomeçar mais uma vez.

Perfeição. Tá aí uma palavra distante de mim. Errei e acabei machucando seu coração.

Ei, mais peraí. Antes de partir, me sinto carregar a obrigação de te dizer algo. Essa sua lágrima escorre por meu pecado e sou eu quem não deve permitir que outra mais molhe o chão. Por favor, antes de me ver partir, permita que eu olhe em seus olhos pela última vez.

Eu já te vi lutar e sei que é uma pessoa forte. Isso que você sente agora não combina com você. Então, reaja! Dê o melhor que há em você.

Você tem esse jeito meio orgulhoso e não gosta quando as pessoas, mesmo as que mais te amam, te ajudam de certa forma. Pode te parecer um teste ou talvez você apenas resista pois esse é ‘seu jeito dramático de ser’. Você prefere brigar quando apenas tentam despertar o que há de melhor em você. Então, pare com todo esse orgulho e se permita crescer por um instante. Não há com o que se preocupar, você os conhece bem: são seus amores, são seus amigos, são sua família. Se preocupam à vera com você.

Já é um velho conhecido esse medo em seus olhos. Sua zona de conforto talvez seja capaz de cegá-lo. Que tal se mudar um pouco de sua rotina? Que tal se permitir conhecer um novo lugar para morar, encontrar novos amigos, estar mais próximo de quem tanto te ama. Deixe a insegurança de lado, tá na hora de olhar para um novo horizonte.

Sua confiança também pode ter se tornado um empecilho. Tornou-se difícil acreditar novamente após ter seu coração partido, eu sei como se sente. Mas seria saudável fazer de tal sentimento se esvanecer por algo tão estúpido? Sim, você deve continuar confiando! Transforme o que se tornou negativo em uma esperança de que há sim pessoas melhores do que a mim, velho tolo que ainda há muito o que aprender deste mundo.

E sabe por que mesmo assim mantenho essa preocupação, mesmo que não haja mais laços entre nós? Pois assim um dia você foi comigo. Você queria me ver crescer e estendeu sua mão quando mais precisei. Mesmo tão mal, você foi capaz de me fazer enxergar o que a vida sempre quis me ensinar. Com um tapa forte e inesperado, finalmente entendi o que sempre esteve à minha frente: Passos desenhados ainda não marcados por meus velhos sapatos.

Pois é, fica mais difícil agora seguir sem seus conselhos. Até tentei me enforcar, mas o legado de nossa amizade foi exatamente esse: você me deixou forte demais para que eu não desista tão fácil. Portanto, de mim o que resta é te deixar esta última mensagem, eu não poderia partir sem ela. Só espero que coração se permita tocar só mais essa vez.

Ok, você pode ir agora. Já tomei parte de seu tempo. Creio que você seguirá tirando de si o seu melhor, pois conheço muito bem alguém que já faz isso por você há um bom tempo. E esse alguém encontra-se aí do seu lado. Sempre esteve. E você sabe bem disso.

Quanto a mim, o que aqui dentro fica é um buraco sombrio que logo se extinguirá. Eu sei, eu sei. Também darei o meu melhor, também há alguém querendo o meu. Só há um problema: eu já tô cansado demais de começar tudo de novo.

Frases de Reflexão

“Nunca diga que a vitória está perdida, pois são de batalhas que se vive a vida”

“A dúvida é um dos nomes da inteligência” – Jorge Luis Borges

“Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”

“Na amizade, não importa a quantidade, mas sim a qualidade”

“Tudo o que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível” – Fernando Pessoa

“Somos a resposta exata para aquilo que perguntamos”

“Bom de briga é aquele que cai fora” – Adoniran Barbosa

“A cada minuto que passamos com raiva, perdemos 60 felizes segundos” – William Somerset Maugham

“Tudo o que, um dia, você sonhou, num piscar de olhos pode acontecer. A vida repentinamente muda para quem acredita” – Rouge (modificado)

“Nunca é tarde para recomeçar e é sempre cedo para desistir”

“Que Deus te dê em dobro o que você desejar ao próximo”

“Viva cada dia, intensamente, como se fosse o último, porque um dia poderá ser”

“Se você ama uma pessoa que te faz sofrer, faça dela uma música. Você ouviu, gostou e hoje enjoou”

“Se não veio para ajudar, não atrapalhe”

“A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena” – Seu Madruga

“As pessoas não se tornam especiais pela forma de ser ou agir, mas sim pela profundidade que atinge nossos sentimentos”

“Nunca deixe que a saudade do passado ou o medo do futuro estraguem a beleza do hoje, pois há dias que valem um momento que valem por toda a vida”

“Chorar uma dor do passado no presente é criar outra dor e chorar novamente”

“Quem come e não reparte nada, fica com a barriga inchada” – Chaves

“As pessoas boas devem amar seus inimigos” – Seu Madruga

“Não ligue se rirem de você, pois o riso é a maior homenagem que um idiota presta a um gênio”