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Preso ao que não sou capaz de amar

Por uma peça do destino, preso em meus músculos se fez um sentimento, sempre a tencioná-los quando lembrado. Guardo em mim por anos como um tão bem-guardado segredo, mas que se desperta, se move e se força a sair nos momentos mais profundos de pensamentos passados. Ele vive em mim como um parasita, sugando minh’alma, latendo forte, alimentado pelo meu lado obscuro.

É um sentimento forte que me carrega por todos os lados, que me dá insônia nas noites mais importantes, e que me traz intranquilidade nas horas que mais preciso de paz. Por causa dele, tomo decisões precitadas, por conta dele, lembro de pessoas que não sou capaz de amar.

Penso no perdão. Ele é preciso, quase impossível de ser conquistado. Não digo ‘ser perdoado’, mas perdoar. O rancor bate mais forte. Ódio guardado no fundo do armário, com forte cheiro de mofo, incomoda, de longe, eu, que não quero ser perturbado. O armário sou eu e o mofo me corrói. Vem até mim, segura minhas pernas e não me deixa fugir.

Palavras não ditas, desejos não realizados. Em minha garganta, tudo pra ser dito. Se há vida ou não no alvo, em mim encontra-se muito bem vivo, pois é o rancor quem o alimenta, é meu lado obscuro quem alimenta o rancor. Esse sentimento, ruim, lembre-se disso, é quem te traz à tona aquele que te fez mal, sugando-o para si, que te desperta o que há mais de nocivo em você. E aqui vai um segredinho: por quem você guarda tal ódio, nem mesmo se lembra de você ter nascido.

Agora, uma coisa é bem certa e te digo: o rancor não afeta teu inimigo. É um vírus que te ataca e te consome por dentro. Destrói você e mais ninguém. Não deixe que ele te impeça de viver, vá em frente, enfrente, sem medo. O rancor é uma dessas coisas que não deve vencer. O perdão é difícil, difícil de ser conquistado, mas não desista, meu amigo, pois é só o perdão, o verdadeiro perdão, aquele de coração limpo, é que pode curar você.

Um Gesto Qualquer

Contrário ao velho ditado “Antes só que mal acompanhado”, ouço de minha prima que “a gente se acostuma a viver com a pessoa que está”.

Relacionamentos vazios, implantando a rotina, tornam-se normais. O que importa de verdade?

Conto-lhes o que a esta disse certa vez que, frustrada em meu ombro direito, pôs-se a reclamar por estar com alguém que pouco lhe despendia atenção.

Reflita comigo: Estou em um relacionamento agradável?

Olhe seu parceiro neste instante. Qual seu papel? Qual sua prioridade? Futebol, sexo e filmes de ação são as únicas coisas que lhe importam?

Solidão te impõe medo? Essa relação deveria te assustar mais. Quantas noites mais você pretende aguentar?

Você se queixa e sempre das mesmas coisas, todos os dias. Ele apenas “dá de ombros”. “Calma” e tudo volta ao normal. E assim, segue…

Você não o ama de verdade, você apenas se submete às suas vontades. Ele te dá carinho e o amor para conseguir o que quer. Quando não importa mais, você lhe abre um sorriso e lhe pede que estenda uma mão. Mendiga um gesto qualquer que ele ignora. Nada lhe importa mais. Talvez te procure amanhã para mais do mesmo.

Entenda sua situação e não se humilhe. O papel de um não pode ser apenas provisão. Respeito, cumplicidade, companheirismo. Ei, você sabe o significado dessas palavras?

Agora, me responda: É isso mesmo o que você quer para toda uma vida?