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O novo ser que desconheço

Por baixo de uma carapaça tão dura e um sentimento frio, há a verdadeira alma que um dia conheci. Alguém que vi chorar tantas vezes e que abriu seu coração para mim.

Procuro em seus verdes olhos, aquela pequena criança alegre que não me escondia nada. Aquela que sempre me confidenciava o quão profundo mergulhava nos sentimentos do amor, da tristeza, da felicidade, da solidão, da amizade e do perdão, agora velados pela indiferença.

Nem sempre era bonito te ver passando por tantas situações que te vi passar, situações em que ninguém deveria estar. Foi difícil, mas falei sempre tão sério e verdadeiro com você, pois sabia em quais pontos tocar. Muitas vezes, a dor te dominava e isso me machucava um pouco também, mas eu era forte e seguia firme e, mesmo você chorando, sabia que era forte também.

E uma coisa você me ensinou: aprendi a sentir. Muitos vão dizer que são fortes por conseguirem esconder a tristeza, mas forte sou eu que mergulho de cabeça, porque é isso que sou: um ser humano, dotado de emoções e vivências que levo e espalho para onde quer que eu esteja. Lágrimas também são sinônimos de força, como a alegria, a raiva e a esperança.

Lembra quando batíamos no peito para afirmar isso? Eu lembro, mas, talvez, o seu novo eu não se lembre. Esse novo eu que preferiu se revelar, depois de tanto o velho ser se machucar e eu nem te conheço mais, não sei quem você é, não sei o que dizer, não sei se amizade ali ainda está. Só sei que quem eu conhecia, não mais se encontra lá.

Mas tentei, juro que tentei. Tentei amar esse novo ser, mas foi tudo em vão. Porque esse novo que não conheço, não me deixa entrar. Estou aqui parado na porta, esperando-a abrir, nem que seja por uma fresta para saber se te encontro bem. Bato outra vez, mas você finge que não está. Então dou meia volta, abatido, talvez amanhã eu deva retornar

E não, não deixo de admitir, foi isso que aprendi, com aquele velho companheiro, que se foi, sem adeus jamais dizer. Volte logo, o mais depressa, antes que não voltemos mais a nos ver.

Jovens demais para este sentimento

Nunca houve razões para crer que algum dia
O seu sorriso viesse de um sangue frio
Busquei alguma chama por dentro desse peito
Era tão sombrio e vazio.

Já ouvi histórias de tantos amigos
Quem viveram esse sentimento doentio
Sempre assustados, limitados e sem tempo
Nada era feito sem consentimento.

Eu ria, eu me irritava
Quando teriam um tempo para nossa diversão?
Eram mandados e monitorados dos pés à cabeça
Maldita e Inacreditável possessão.

Agora tudo isso acontece comigo
Só que por aqui não acaba bem
O amor é para tolos
E, eu sei, sou um tolo também.

E se sou um tolo,
Sou esperto pra raciocinar
Que se aqui não vejo amor
Não tenho a quem me declarar.

História sem fim de um amor envolvente
Plastificado tão bem para encantar apenas o vento
Ninguém conta pra quem está lá fora
Ninguém do lado de fora conhece aqui dentro.

O que de sua parte não se compreende
Que tuas mãos, minha mente jamais controlará
Vá, dê-me um último beijo
É aqui que nosso desejo se cessará.

Essa psicose nunca foi pra mim, meu amor
Nem tente me intimidar com seus olhos vermelhos
Somos jovens demais para juntos morrermos
Somos imaturos demais para juntos envelhecermos.