Arquivo da tag: jovens

Jovens demais para este sentimento

Nunca houve razões para crer que algum dia
O seu sorriso viesse de um sangue frio
Busquei alguma chama por dentro desse peito
Era tão sombrio e vazio.

Já ouvi histórias de tantos amigos
Quem viveram esse sentimento doentio
Sempre assustados, limitados e sem tempo
Nada era feito sem consentimento.

Eu ria, eu me irritava
Quando teriam um tempo para nossa diversão?
Eram mandados e monitorados dos pés à cabeça
Maldita e Inacreditável possessão.

Agora tudo isso acontece comigo
Só que por aqui não acaba bem
O amor é para tolos
E, eu sei, sou um tolo também.

E se sou um tolo,
Sou esperto pra raciocinar
Que se aqui não vejo amor
Não tenho a quem me declarar.

História sem fim de um amor envolvente
Plastificado tão bem para encantar apenas o vento
Ninguém conta pra quem está lá fora
Ninguém do lado de fora conhece aqui dentro.

O que de sua parte não se compreende
Que tuas mãos, minha mente jamais controlará
Vá, dê-me um último beijo
É aqui que nosso desejo se cessará.

Essa psicose nunca foi pra mim, meu amor
Nem tente me intimidar com seus olhos vermelhos
Somos jovens demais para juntos morrermos
Somos imaturos demais para juntos envelhecermos.

Miss you love

Poltrona M-17. Centro. Muitos à frente, tantos atrás. Poltrona solitária em uma fila dominada por jovens. A sala aqui fora, cheia. A sala aqui dentro, vazia. Uma gota na calça.

Na tela, um casal apaixonado, mas eu só vejo um cara no chão, chorando. Esse sou eu, aos pés de tantos apaixonados aqui. Eu deveria estar como eles, no entanto, brigo com a própria dor.

Um milionário me disse uma vez que é preciso saber ganhar o que se almeja ter. Não basta tê-lo. Ele me disse que perdeu toda a sua riqueza, pois não sabia como administrá-la. Era milionário pois tinha tanto dinheiro, mas nunca foi um de verdade, pois não soube mantê-lo por tanto tempo.

E assim fui eu, quando conquistei seu amor. Por um instante, por um sorriso tão maravilhoso e um coração tão bondoso, senti-me milionário. Mas nunca fui. Riqueza essa que jamais fora de posse minha.

Por um instante, mantive em mim o que nunca foi me pertenceu. Por algum tempo, você tentou ficar e me fazer entender que seu sentimento era puro e verdadeiro. O entendimento nunca me veio. Estar ao meu lado era o único motivo que acreditava bastar para havermos o “nós”. O “nós”  que nunca existiu.

Você me amava. Eu não te respeitava. Quem aguenta viver assim? Com certeza, você não! Tão singela partiu e me deixou. A princípio, pensei que fosse qualquer drama seu, mas você nunca mais voltou.

Em algum momento, sei que te fiz chorar. Agora choro, choro pois eu mesmo me fiz chorar. Sinto sua falta. Falta de ser aquele milionário, detentor da riqueza de seu amor.

Agora estou só, sentando nesta poltrona solitária, assistindo a um filme de amor, com um final feliz. Um que eu não tive e nem serei capaz de ter. Sou só eu e a dor. E uma gota tímida em minha calça jeans.