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Mercy

  • Herois, ataquem-no! Ele é um traidor. Não pode fugir! Sabe de todos os nosso segredos.

(…)

Dor. Sofrimento. Sou inimigo de todos. Ou será que são todos meus inimigos?

Poder. O poder me subiu à cabeça. Tentei libertar a todos e o que fiz foi exatamente o contrário. Matei aqueles que não me obedeciam. Causei sofrimento. Trouxe a todos aquele sentimento de revolta. Agora, sou o culpado. Sou o responsável. Fui controlado para controlar todos. Fui vítima do sistema e me tornei o opressor.

Minha alma. Será que ainda está viva ou será que já a vendi? Liberdade, opressão. Duas ações opostas. Meu pensamento era outro antes do poder. Por que foi transformado? O que eu fiz de verdade? Sinto-me tão culpado.

Eles precisam saber. Será que me escutam? Fui só uma vítima. Uma vítima que fez vítimas.

Poder. Controle ou seja controlado. Eu não soube usá-lo. “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Eu sabia disso, eu estava sofrendo, eu via aquela sofrimento. Eu só quis acabar com tudo aquilo. E o que fiz? Causei mais sofrimento.

Agora sou culpado por tudo. Sou o cabeça de todos os males. Ninguém percebe isso. Todos estão revoltados. Não deveria ir contra quem eles tanto veneravam. Eles matam, batem, oprimem aquele que for contra. E eu fui.

E o que mais me dói não é a dor física. Não é estar coberto de sangue neste chão frio. O que mais me faz sangrar é a dor emocional. É saber que fui culpado. Saber que me deixei controlar. Saber que sou tão mau e perverso. Saber que me deixei levar por essa situação.

E isso me machuca. Estou chorando. Estou ferido. Estou abatido. Causei tudo isso. Causei toda essa tormenta. Não há mais ninguém do meu lado. Estão todos contra mim. Estou só. Estou sujo. “Alguém pode me ouvir?”

Por favor, tenham misericórdia de mim. Sou só mais uma vítima desse sistema perfeito.

Psycho

  • Aquele ali, observando a todos. Consegue vê-lo? Ele pensa! Pode ser um perigo a todos. Também pode ser uma máquina interessante de se matar. Podemos transformá-lo num drone humano. Basta sabermos manejá-lo bem. Não vamos perder tempo! Traga-o para cá.

(…)

Correntes, filas, imagens, veneração. Por que todos estão fazendo isso? Não percebem o quão degradante estão mediante essa situação? Eu não sei o que fazer, não sei como agir, mas podemos reagir! Podemos lutar contra esse sistema. Não podemos permitir que algo nos controle.

Alguém me escuta? Parecem hipnotizados. Ah, se fôssemos unidos, se tivéssemos um plano, uma fuga, uma revolta. Eles não me escutam. O que está anormal com todos eles? Por que não podem me escutar?

Homens de vermelho se aproximam de mim. Parecem monstros, altos e fortes. Sorriso de deboche. Vêm até mim. Querem me matar? Querem me despedaçar?

Dizem que tenho um potencial desperdiçado. Eles podem me dar mais. Eles podem me dar poder. Eles podem me colocar no comando. Posso comandar todos aqueles que estão em situação degradante. Posso fingir e libertá-los, quem sabe?

Sou levado. Conversam comigo. “Você não precisa ser quem você é”, eles dizem. Estou amarrado. O superior me informa que posso ganhar muito com isso. Um de seus “lacaios” me traz farta refeição e uma arma. Descarregada. Traz-me roupas limpas, água pura e ouro. Aquilo parece bom.

Com o tempo, aquele poder me corrompe. Minha ganância se eleva cada dia mais. Mato quem não me obedece, mato quem eu quero. Aquele poder é meu, mas aquele não sou eu. Sou uma vítima do sistema ou um sistema que vitimiza? Não importa, tenho poder.

Tenho poder. Sou um psicopata. Estou morto por dentro?