Dinâmicas que não compreendo

Talvez tivesse pouco mais de 50 pessoas naquela sala, divididas em dois grupos, alinhados um do lado do outro, sentados em uma cadeira. O primeiro de cada coluna recebia uma bola, colocava-a nas pernas esticadas e passava para o companheiro do lado, sem usar as mãos. A bola não poderia cair, senão, voltaria para o primeiro da fila. A equipe vencedora seria a que conseguisse passar a bola até o final da fila.

Neste dia, a minha fila foi a vencedora. A moça que conduzia a brincadeira dizia lá na frente que ela também havia feito a dinâmica há algum tempo, mas que sua equipe não havia ganhado. No palco, outra derrota: ninguém havia prestado atenção ou, sequer, manifestado qualquer resquício de empatia. A equipe vencedora comemorava e a perdedora lamentava. Segue o jogo, vamos para a próxima brincadeira.

E eu me perguntava: pra quê? Alguns dizem que era para um bem maior: saber confiar na equipe ou mostrar o quanto era importante um trabalho bem feito para que todos ali pudessem ganhar. O dia ainda contou com brincadeiras como ‘escravo de jó’ e aquele que você guia uma pessoa vendada por aí.

A equipe responsável por essas dinâmicas eram três psicólogas que, coincidentemente, fizeram uma das etapas da minha entrevista de contratação. A mesma que me pediu pra desenhar um monte de tracinhos numa folha de papel em um espaço pequeno, mas determinado. E eu até hoje não entendi essa dinâmica. Além disso, ela ainda me deixou algum tempo sozinho lá na sala e eu sem saber o que fazer após terminar aquele confuso exercício. Até achei que estava sendo observado.

Mas, a verdade é: a teoria dessas dinâmicas até parecem fazer sentido, mas eu me pergunto se elas realmente se aplicam de verdade na prática, pois na segunda-feira, a interpretação que eu tinha era que nada havia mudado desde então.

Uma consideração sobre “Dinâmicas que não compreendo”

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